Depois de ter ficado um bom tempo sem se alimentar direito e ter comido um excelente strogonoff que não resultou em vômito, como havia comentado no último artigo, decidi então ficar na casa dos meus pais por um tempo.
Lembro de ter ficado no quarto que era do meu irmão caçula, onde só tinha uma cama de solteiro e um guarda-roupa. Meu marido não gostou muito da ideia, porque queria ficar próximo e para que passássemos por essa situação juntos.
Eu compreendi, só que era como se eu tivesse achado uma saída para aquela situação e o simples acontecimento de ter comido e não vomitado já era uma grande vitória.
O fato de não conseguir voltar para minha casa teve vários fatores. Quando me mudei a proprietária tinha envernizado as madeiras de todos os cômodos que ficavam no teto e o cheiro era muito desagradável. Antes de engravidar esse cheiro não me incomodava, durante a gestação esse odor impregnou. O cheiro da comida, de produtos de limpeza, perfumes e desodorantes ou alguém fumando já eram motivos de náuseas e vômitos.
Durante a gravidez, o paladar e olfato ficam super aguçados e é possível sentir cheiros nunca percebidos.
Na casa dos meus pais fiquei bem por três dias, depois desses dias voltaram os vômitos e com eles os problemas intestinais (Quanto maior a idade gestacional, mais o útero comprime o intestino, causando menor movimentação e maior acúmulo de gases).
Eram várias horas no banheiro, era horrível, eu chorava, pedia ajuda a Deus, queria desistir de tudo, e aquele pensamento “O que eu fiz da minha vida”.
Sem contar as noites que eu passava em claro. Quando “melhorava” dos problemas intestinais, os vômitos viam com toda força.
Não poderíamos esquecer das hemorroidas. Na gravidez é bem normal, devido ao aumento do peso corporal e da pressão exercida na região pélvica. A prisão de ventre e ao aumento da quantidade de sangue que circula pelo corpo da gestante que faz com que as veias da região anal dilatem e fiquem inchadas, originando as hemorroidas.
Comecei a ter problemas intestinais e hemorroida, a partir do segundo trimestre de gestação, daí em diante foi assim até o final da gravidez.
Cheguei a ajustar a alimentação para tentar evitar esses problemas, mas na maior parte do tempo não tive muito sucesso. Era para acontecer.
Gostaria de enfatizar que nenhuma gestação é igual a outra. Essa foi uma experiência que eu vivi e estou compartilhando com vocês.
Realmente até aqui foi uma saga bem complicada, mas se quiser saber mais, não perca o próximo capítulo! Irei contar sobre a primeira consulta com a obstetra e como foi o primeiro ultrassom.