A Polícia Civil prendeu, na manhã desta segunda-feira (31), três integrantes de uma organização criminosa responsável pela falsificação de cadastros junto a empresas de telefonia e documentos. Os suspeitos foram capturados nos bairros Campo Limpo e Capão Redondo, na zona sul de São Paulo.
As atividades do grupo vinham sendo monitoradas há cerca de três meses por agentes da 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG), da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Presidente Prudente, após registro de um boletim indicando um possível crime.
A vítima procurou a polícia prudentina comunicando que havia recebido duas cobranças de empresa de telefonia para prefixos que jamais havia cadastrado e, temendo que pudessem usar os seus dados em práticas ilícitas posteriores, resolveu registrar boletim de ocorrência.
Constatando a existência de casos análogos houve a imediata instauração de inquérito e, após um intenso trabalho de inteligência, apoiado em análise de dados e outras técnicas de apuração, foi possível a identificação de uma célula criminosa permanente que atuava há cerca de dois anos.
As informações apontavam que um casal, na zona sul de São Paulo, com o apoio de terceiro, recebia dados de pessoas físicas (pessoas prejulgadas e com crédito aprovado), adquiriam chips de telefonia e cadastravam nas operadoras com esses dados de terceiros, vítimas, passando-se por estas.
Outros autores foram identificados fazendo a venda dos chips a outros suspeitos – aproveitando-se do crédito obtido pelas vítimas, eram feitos cadastros de planos controle que eram vendidos para que outros criminosos praticassem ações criminosa ocultando as identidades verdadeiras.
Ao longo da investigação foi possível a localização de, ao menos, 2 mil dados de pessoas físicas de todos os lugares, bem como centenas de cadastros falsos de chip. Em apenas uma das operadoras, por exemplo, foram identificados mais de 920 chips possivelmente fraudulentos no período de um ano.
Uma criança, infelizmente, ao menos por uma oportunidade foi captada sendo corrompida a auxiliar o casal na atividade delinquente de comercialização dos chips. Ainda, ações criminosas foram captadas com os chips comercializados pelo grupo, essencialmente o tráfico de drogas associado em alta escala.
Diligências na Capital
A partir do conjunto de provas coletadas, foram expedidos mandados de busca e de prisão, que foram cumpridos por equipes da Deic de Prudente, com apoio da Central Especializada de Repressão à Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco), da 6ª Delegacia Seccional de Polícia da Capital.
Durante as atividades de campo foram apreendidos 30 celulares, mais de 20 chips, embalagens de chips, dois tablets, um notebook, 13 pendrives de marcas diversas e anotações da facção. Ainda houve o bloqueio e sequestro de contas vinculadas aos Cadastros de Pessoas Físicas (CPFs) do casal líder.
Os três identificados – duas mulheres, de 25 e 44 anos, e um homem, de 37 – foram presos temporariamente e responderão por falsidade ideológica, estelionato, corrupção de menor e associação criminosa. A Polícia Civil prossegue com as investigações.