José Carlos Peres está definitivamente afastado da presidência do Santos. Neste domingo, em votação realizada no ginásio da Vila Belmiro, os sócios do clube aprovaram o processo de impeachment do dirigente por ampla maioria, com o apoio de 93,23% dos participantes da Assembleia Geral. Ele estava afastado do cargo desde 28 de setembro, então por uma decisão inicial dos membros do Conselho Deliberativo do clube.
O impeachment de Peres se deu por gestão temerária, pois as contas da sua gestão em 2019 foram reprovadas pelo Conselho Fiscal e pelo Conselho Deliberativo do Santos. O dirigente tinha mandato até o fim de 2020 – estava no terceiro ano da sua gestão
Desde setembro, porém, quando uma primeira votação do Conselho Deliberativo do Santos aprovou o impeachment de Peres, o cargo passou a ser exercido por Orlando Rollo, que era seu vice, mas acabou se tornando um rival político. E ele permanecerá no cargo até 31 de dezembro.
Neste domingo, o impeachment de Peres foi aprovado pela quase totalidade dos que participaram da Assembleia Geral Extraordinária do Santos. Foram 1005 votos a favor da saída do dirigente e apenas 69 contrários, com dois nulos e outros dois brancos.
Peres não apareceu no ginásio para votar, ao contrário de Rollo. E nos arredores da Vila Belmiro, membros da principal organizada do Santos, a Torcida Jovem, fizeram protesto e cobravam a saída do presidente.
Embora as contas do Santos em 2019 tenham sido reprovadas, o Santos até teve superávit no ano passado, de R$ 32,5 milhões. O Conselho Fiscal, porém, apontou irregularidades, em função do descumprimento do que havia sido orçado, pagamento de comissões na venda de Bruno Henrique ao Flamengo, uso do cartão corporativo para despesas pessoais e a suposta contratação de um escritório de advocacia para defender Pedro Doria, ex-membro do Comitê de Gestão, em um caso pessoal.
As denúncias, então, foram repassadas à Comissão de Inquérito e Sindicância do Santos, que recomendou o impeachment de Peres, aprovada em duas votações pelo Conselho Deliberativo – ele tentou reverter o processo na Justiça, mas não teve sucesso. Neste domingo, os sócios do clube ratificaram a decisão de afastar o dirigente.
Peres também teve as suas contas reprovadas no Santos em 2018, quando o déficit foi de R$ 77 milhões. Naquele ano, ele também foi alvo de processo de impeachment, mas o seu mandato havia sido mantido pelos sócios. Em duas votações, 2.001 sócios, de um total de 3.165, e 2.064, de um total de 3.171, tinham reprovado a recomendação do conselho.
Agora, porém, Peres está definitivamente afastado da presidência do Santos, com o aval de mais de 90% dos sócios do clube. Eles voltarão a votar, em 12 de dezembro, mas para definir o presidente para o período de 2021 a 2023. Os candidatos são: Fernando Silva, Milton Teixeira Filho, Ricardo Agostinho, Andrés Rueda, Rodrigo Marino e Daniel Curi.