Apesar da cura do HIV ainda ser um dos maiores desafios para a comunidade médica mundial, pesquisadores do Ragon Institute identificaram uma paciente de 66 anos que teria se curado da doença espontaneamente, sem necessidade de tratamentos e removendo todos os genomas do vírus de seu corpo em uma circunstância rara.
Loreen Willenberg se junta ao americano Timothy Brown, também da Califórnia, e ao venezuelano Adam Castillejo (de Londres, Reino Unido), como as únicas pessoas do mundo a serem declaradas curadas do HIV. Os dois homens, porém, passaram por transplantes de medula óssea por conta de um câncer.
Pesquisadores do Hospital Geral de Massachussets, Massachussets Institute of Technology (MIT) e da Univerdade Harvard sequenciaram bilhões de células de 64 pessoas chamadas de “controladores de elite”, individuos que, mesmo com a doença, são capazes de suprimir a multiplicação do vírus sem a necessidade de medicação. Nesses casos, o HIV é ‘bloqueado’ espontaneamente e não consegue se replicar em partes inativas do DNA humano.
Dentre os 64 casos analisados, o da paciente de 66 anos poderia ser o primeiro da história a se curar da doença sem transplante de medula óssea.
Xun G. Yu, uma das pesquisadoras do Ragon Institute, afirma que este posicionamento de genomas virais em “controladores de elite” é raríssimo, uma vez que, na maioria dos soropositivos, o vírus está localizado nos genes humanos ativos. “Não precisamos nos livrar de todas as sequências intactas do HIV, só precisamos mirar naqueles vírus que estão situados em partes ativas do genoma humano. As sequências remanescentes não parecem provocar doenças e parecem poder ser amplamente ignoradas”, disse Yu à AFP.