O corpo de uma professora, de 24 anos, foi encontrado em uma cerâmica desativada em Canelinha, na Grande Florianópolis, em Santa Catarina, nesta sexta-feira (28). Flavia Godinho Mafra, que estava grávida, foi morta a tijoladas e tinha cortes na barriga provocados por golpes de estilete. O bebê não estava junto da mãe.
Segundo a Polícia Civil, uma ‘amiga’ da vítima, de 26 anos, e seu companheiro foram presos. A mulher teria feito uma emboscada para cometer o assassinato e ficar com a criança. A identificação do casal preso não foi divulgada devido a Lei de Abuso de Autoridade, aprovada este ano pelo Governo Federal.
Flavia havia desaparecido na quinta-feira (29) e foi encontrada ontem pela sua mãe e seu marido.
Durante uma coletiva de imprensa, o delegado da Polícia Civil responsável pelo caso, Paulo Alexandre Freyesleben, relatou que a mulher é extremamente fria, que premeditou o crime e não apresentou nenhum tipo de culpa ou arrependimento. O seu marido estava nervoso e chorava durante o depoimento.
O delegado contou que após cometer o crime, na tarde de quinta-feira, por volta das 17h, a mulher teria enviado uma mensagem para uma profissional da área de saúde falando que fez o próprio parto em via pública e que teria recebido ajuda de populares para chegar ao condomínio onde reside.
Ainda de acordo com Freyesleben, depois deste contato ela foi com o marido ao Hospital e Maternidade Sartori Bastiani, em Canelhina, onde voltou a dizer que havia realizado o próprio parto e levou a recém-nascida. A equipe da médica desconfiou da ocorrência de lesão corporal contra a criança e acionou a Polícia Militar.
Durante o atendimento, foram constatados cortes profundos provocados por objeto cortante na bebê. Diante do fato, e por ainda não haver ligação com o homicídio da professora, os policiais lavraram um boletim de ocorrência e seguiram com as atividades.
Após a situação, chegou à PM a informação de que uma mulher grávida havia desaparecido e que a amiga, supostamente gestante, que teria levado a criança ao hospital, havia sido a última pessoa que teve o último contato com ela.
A Polícia Militar retornou ao hospital e ao conversar com a suspeita, esta acabou confessando ter matado a professora e retirado a criança do seu útero.
AMIGAS
A autora do crime teve uma gravidez interrompida em janeiro deste ano e não teria contato para ninguém. Ela e Flavia seriam amigas do tempo de escola. Por terem uma gestação em um período parecido, ela teria premeditado o crime para ficar com a criança da vítima
Na quinta-feira, a autoraa teria contato para Flavia que teria organizado um chá de bebê surpresa e levou a vítima para o local escolhido, alegando que ali seria o ponto de encontro. Ao chegar no local, ela teria usado um tijolo para matar a professora e um estilete para retirar a criança.
ATENDIMENTO
A Polícia Civil ainda informou que no primeiro atendimento médico prestado a suposta parturiente, a equipe médica não identificou indício dela ter feito um parto recente. A unidade de saúde não deu maiores detalhes sobre o caso, mas afirmou que equipe que atendeu a mulher irá prestar depoimento para as autoridades.
A bebê foi encaminhada ao Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, onde um exame de DNA será realizado para confirmar a filiação. Ela sofreu cortes provocados pelo estilete nas costas, mas passa bem.
A professora estava grávida de 36 semanas e a expectativa era que a menina nascesse em 22 de setembro. O corpo de Flavia foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Balneário Camboriú.
Flavia Godinho Mafra foi velada e sepultada neste sábado (29), no Cemitério Municipal de Canelinha.
CASAL PRESO
O casal, segundo a Polícia Civil, foi autuado em flagrante por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e lesão corporal gravíssima contra a criança.
Agora a Polícia aguarda o laudo pericial, imagens de câmeras de segurança e verificará se há participação de mais pessoas no caso.