A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou oficialmente nesta terça-feira (25) através de uma vídeoconferência com o diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que o continente africano está livre do poliovírus selvagem, mais conhecido como “pólio”, o causador da paralisia infantil. É a segunda erradicação de um vírus na África desde a varíola, há 40 anos.
“Este é um marco importante para a África. Agora as futuras gerações de crianças africanas podem viver livres da poliomielite selvagem”, disse o diretor-regional da OMS na região, Matshidiso Moeti. Ele parabenizou governos, comunidades e, em especial, profissionais de saúde e vacinadores pelo feito.
O último caso da doença na região foi detectado em 2016, na Nigéria. Em 1996, chefes de estado se comprometeram a erradicar a poliomielite. No tempo, a doença era responsável por paralisar cerca de 75 mil crianças por ano no continente.
Moeti acrescenta que é necessário manter altas taxas de vacinação para prevenir a ressurgência do vírus selvagem. Também apontou que o continente precisa lidar com o problema da forma viral derivada da vacina, chamada cVDPV2, que acontece em locais com imunização baixa.
O anúncio deixa a região do Mediterrâneo Oriental como a única com casos da doença em todo o mundo, principalmente devido a países como Paquistão e Afeganistão.
“Graças ao trabalho incansável dos governos, doadores, profissionais da saúde na linha de frente e das comunidades, até 1,8 milhões de crianças foram salvas de uma paralisia pelo resto da vida”, comunicou a OMS.
Também nesta terça-feira, o órgão declarou que a África pode ter superado o pico da pandemia do novo coronavírus. Porém alertou contra o relaxamento extremo de restrições, que podem facilitar uma segunda onda de contaminação.
No entanto, nem todos os países africanos passam por essa queda brusca, tendo que, na Namíbia o número de novas contaminações está aumentando.