Um plano para liberar mais de 750 milhões de mosquitos geneticamente modificados no arquipélago de Florida Keys a partir de 2021 recebeu a aprovação final das autoridades locais.
A Oxitec, startup sediada no Reino Unido que fez a modificação genética dos mosquitos, planeja colocar caixas cheias de ovos desses mosquitos na região.
A estratégia já realizada no Brasil, será o primeiro teste nos Estados Unidos para tentar dizimar a população de mosquitos, já que a versão geneticamente modificada, ao cruzar com mosquitos “originais”, gera descendentes fêmeas que não sobrevivem, o que pode levar a um grande declínio na população de mosquitos.
Os machos, que se alimentam só de néctar, sobreviverão e passarão os genes. Com o tempo espera-se que a disseminação de doenças para o ser humano reduza bruscamente.
A espécie é bem conhecida no Brasil por espalhar dengue, febre amarela e chikungunya, o tão temido, Aedes Aegypti.
Ativistas alertam sobre possíveis danos aos ecossistemas e a potencial criação de mosquitos híbridos e resistentes a inseticidas. “A liberação de mosquitos geneticamente modificados colocará em risco, de forma desnecessária, os habitantes da Flórida, o meio ambiente e as espécies ameaçadas no meio de uma pandemia” afirma o grupo ambientalista Friends of Earth em comunicado denunciando projeto.
Já a empresa envolvida afirma que não haverá risco adverso para os humanos ou o meio ambiente, apontando uma série de estudos bem sucedidos e apoiados pelo governo. “Nós liberamos mais de um bilhão de nossos mosquitos ao longo dos anos. Não há risco potencial para o meio ambiente ou para os humanos”, diz cientista da Oxitec à agência de notícias AP.
O Aedes aegypti é uma espécie invasora no sul da Flórida e é comumente encontrado em áreas urbanas, onde vive em poças de água parada. Em muitas áreas, incluindo Florida Keys, eles desenvolveram resistência aos pesticidas.