Hoje (16) completa um ano da ocorrência de crueldade contra animal que chamou não apenas a atenção de limeirenses, mas de toda região. Na data, o cão Titan, que recebeu esse nome após ser resgatado ainda com vida, foi queimado vivo pelo proprietário, R.C.O., com 27 anos na época, numa área verde às margens da Rua Alcides Carlos Graf, imediações do Jardim Graminha.
Populares que presenciaram o cão em chamas ajudaram no resgate e, posteriormente, a Associação Limeirense de Proteção a Animais (Alpa) assumiu o cão para dar continuidade ao tratamento. Porém, os cuidados não foram suficientes para evitar a morte do animal, que morreu dois dias após a ocorrência, em 18 de agosto do ano passado.
Dias após o crime, a Polícia Civil identificou o proprietário e o deteve. Ele alegou, na época, que pensava que o animal, cujo nome original era Bob, estivesse morto, após ser acometido por doença, e optou em queimar o corpo para evitar o cheiro no local onde o descartou. No entanto, o cão estava vivo quando foi queimado.
C. foi responsabilizado por maus tratos na esfera policial e também recebeu multas. Uma delas da Prefeitura de Limeira, por meio do setor de Bem-Estar Animal, no valor de R$ 14,5 mil, e outra da Polícia Militar Ambiental, de R$ 6 mil.
LAUDO
Em outubro do ano passado, laudo necroscópico apontou que o animal morreu devido a uma insuficiência respiratória aguda severa. O documento, de 36 páginas, revelou o estado em que o animal se encontrava. Segundo os exames, ele estava magro, apresentando áreas de aspecto traumático e hematomas na região inguinal e cervical, além de lesões de contato irritante na região dorsal e extremidade de membros.
ANDAMENTO NA JUSTIÇA
O caso segue na Justiça, onde há ação criminal contra o proprietário do animal. Autor da ação, o promotor Luiz Alberto Segalla Bevilacqua informou à reportagem que o dono de Titan não aceitou proposta de reparar o dano. “Ele é processado pelo crime de crueldade contra animais com evento de morte”, descreveu.
Por conta da pandemia provocada pelo coronavírus, que exigiu trabalho remoto, as audiências não foram marcadas. De acordo com Bevilacqua, também houve a necessidade de requerer outros documentos à Alpa, que estão arquivados na Promotoria de Justiça. À Justiça, o Ministério Público (MP) informou que o desempenho do trabalho remoto impossibilita o acesso e a digitalização dos documentos.
Antes de oferecer a denúncia, o MP requereu da Alpa informações como, por exemplo, gastos que a associação teve para tratamento do animal antes de sua morte. Os documentos também servirão para eventual ação no âmbito cível contra o proprietário do animal.