O ministro-chefe da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto, defendeu na sexta-feira (22) a retomada da economia brasileira para que não se corra o risco de caos social no País em consequência da pandemia de Covid-19. Em teleconferência promovida pela comissão do Congresso Nacional que acompanha a execução orçamentária relacionada ao novo coronavírus, o ministro disse que o governo trabalha para preservar empregos e que mais de 8 milhões foram mantidos até agora, mas que os recursos são finitos.
“Quando terminar o dinheiro, e não tem como continuar por muito tempo, a economia tem de voltar. Nós precisamos do apoio dos senhores [deputados e senadores]”, declarou. “Se a economia não voltar, vai ter gente morrendo de fome e vamos ter caos social, com desabastecimento e tudo mais.”
No debate, Braga Netto também atualizou os parlamentares sobre as ações do governo no combate à Covid-19. Entre os diversos dados apresentados, ele citou o auxílio emergencial de R$ 600 a R$ 1,2 mil para mais de 60 milhões de brasileiros, a disponibilização de R$ 34,5 bilhões para a Saúde (por meio de créditos extraordinários) e os 6.142 leitos de UTI habilitados com investimentos de mais de R$ 800 milhões.
Execução dos recursos
Deputados e senadores questionaram a demora na execução dos recursos. Um deles foi o relator da comissão, deputado Francisco Jr. (PSD-GO): “Parece que está tendo uma dificuldade de gastar, apesar de não faltarem recursos, está nos faltando condições para aplicar recurso e da melhor forma”.
Segundo Braga Netto, os gastos esbarram na demora da entrega de testes e respiradores já comprados da China, por exemplo. Ele apontou que o Congresso pode ajudar a melhorar esse processo, retirando entraves da legislação brasileira, porém sem abrir brechas para irregularidades.
O deputado João H. Campos (PSB-PE) criticou a estratégia de comunicação do governo, que passou a informar não o número de mortos por Covid-19, mas o de recuperados. No Brasil, há mais de 300 mil casos confirmados e mais de 20 mil mortes por causa da doença.
“Tenho preocupação com a comunicação do governo, que a todo tempo pretende desviar a atenção dos brasileiros. O esforço do Executivo é o de divulgar o número de recuperados. A verdade sempre é o melhor caminho, por mais duro que seja. ”
Segundo o ministro, o governo se sensibiliza com as famílias das pessoas que morreram, mas optou por não olhar para o lado negativo da pandemia. “O Brasil não pode parar. A pandemia vai passar, e o País não pode ficar para trás. ”
Braga Netto destacou ainda o programa Pró-Brasil, para priorizar projetos existentes no governo que possam atrair investimentos, principalmente privados.
Fonte: Agência Câmara de Notícias