Entre tantas dúvidas e incertezas que cercam nesse momento a retomada do futebol, devido a pandemia do coronavírus, que se espalhou pelo mundo, o presidente do comitê médico da FIFA, o belga Michael D’Hooghe, se posicionou favorável a possibilidade da aplicação do cartão amarelo, nas partidas de futebol, para os jogadores que cuspirem no gramado. Assista:
Michael acredita que a atitude trata de uma conduta não higiênica, além de poder contribuir para disseminação do vírus.
Com o desenvolvimento dos protocolos de segurança e saúde, para a volta gradativa do futebol, que teve o seu retorno neste sábado (16), em partida válida pelo campeonato alemão, entre as equipes do Borussia Dortmund e Schalke, essa alternativa sugerida pelo médico da FIFA, tem como principal objetivo criar uma medida punitiva e contribuir para a saúde dos atletas, deixando bem claro que se trata de uma possibilidade a discutir. No próprio jogo deste sábado, pudemos observar que os jogadores do banco de reservas usavam máscaras, assim como a comissão técnica, e até mesmo durante as comemorações dos gols, os jogadores mantinham distanciamento.
Obviamente a sugestão do médico belga precisará passar por uma análise técnica e mais apurada para a implementação, considerando as variáveis e todos os fatores que compõe uma partida de futebol, principalmente no que diz respeito ao controle dos árbitros na questão disciplinar.
Tudo indica que a medida sugerida se torne inviável na prática, pois se trata de algo muito radical se tratando de esporte, mas penso que, de alguma forma essa medida poderá ser utilizada nesse novo protocolo de segurança e saúde, de forma preventiva e com o intuito de informar e orientar todos os profissionais e atletas, sobre a importância de novos comportamentos que impactam diretamente na proteção e higiene de todos.
Na condição de árbitro, ouvindo alguns colegas de profissão, entendemos que a medida sugerida, dificulta o que chamamos de controle de jogo, pois existe uma série de responsabilidades e obrigações a cumprir pelo árbitro dentro de campo. Se considerarmos o fundamento da arbitragem referente as regras do futebol, acredito que a mudança vai acarretar em uma maior disposição e atenção para uma determinada condição criada, deixando de forma secundária, a essência de arbitrar futebol. Não podemos esquecer que prioritariamente ela deve ser pautada na justiça esportiva, e nesse caso, poderá ficar em segundo plano.