Suposto médium acusado de violação sexual, Santo Lacava, de 72 anos, faleceu na segunda-feira (13). Ele estava preso desde agosto sob acusação de violação sexual mediante fraude. No boletim de ocorrência, a causa da morte está como súbita.
O acusado estava preso desde agosto após quatro mulheres procurarem a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e relatarem ter sido abusadas sexualmente durante sessões num imóvel no Bairro dos Pires, como foi mostrado aqui no Rápido no Ar. Após o caso vir à tona, outras mulheres chegaram a procurar a Polícia Civil e uma delas relatou abusos na infância.
A prisão temporária dele ocorreu no dia 29 de agosto. Em setembro, ela foi convertida para preventiva e, neste ano, a defesa chegou a pedir para que ele deixasse a prisão. Entre os argumentos, estava a pandemia do novo coronavírus, o Covid-19. “Em que pesem os argumentos oferecidos pela Defesa em favor do réu Santo Lacava, indefiro o pedido, em consonância com o parecer do Ministério Público, uma vez que se encontram inalterados os motivos que ensejaram a decretação da prisão cautelar, bem como presentes os requisitos necessários para sua decretação, havendo prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria, inclusive, mesmo sendo interposto habeas corpus contra a decisão proferida, sequer foi concedida a medida liminar, revelando-se o acerto na manutenção da prisão processual. Anote-se que eventual suspensão de prazos se deu por fatos absolutamente imprevisíveis e que fogem à atuação deste Juízo, não sendo demais observar que não se pode privilegiar a saúde de uns poucos, em detrimento da sociedade honesta, atualmente protegida do convívio de pessoas acusadas da prática de crimes graves. Ademais, quanto a pandemia do Covid-19, não há qualquer informação de casos oficiais de contaminação dentro dos presídios, para se justificar a concessão de benefício para quem está a responder por crimes tão graves, até porque o próprio estabelecimento carcerário informou que não há risco a saúde do réu, não havendo justificativa excepcional para concessão de outras medidas que não fossem a prisão cautelar”, citou o juiz na decisão para negar o pedido.
Santo Lacava estava preso em Sumaré e faleceu às 3h de segunda-feira. No boletim de ocorrência, é mencionado que a morte é sem causa aparente. O Instituto Médico Legal (IML) tem 30 dias para elaborar um laudo que aponte a causa do óbito. Após a expedição do laudo e o registro da certidão de óbito, a ação na Justiça será extinta.
