Considerado uma lenda da Fórmula 1, mesmo sem ter sido campeão da principal categoria do automobilismo mundial, o britânico Stirling Moss morreu neste domingo de Páscoa, aos 90 anos. Segundo sua esposa, Susie Moss, ele faleceu em paz em sua casa, em Londres.
“Foi apenas mais uma volta, ele apenas fechou os olhos”, disse Susie ao site oficial de Moss. O ex-piloto passou 134 dias no hospital depois de sofrer uma grave infecção no peito enquanto estava de férias em Cingapura em dezembro de 2016.
O último registro de Stirling Moss com um carro de Fórmula 1 aconteceu em Goodwood, na Inglaterra, em 2016. Depois disso, os problemas de saúde se agravaram e o britânico decidiu se retirar das aparições públicas em janeiro de 2018.
Moss, que completou 90 anos em setembro de 2019, ficou conhecido como um dos maiores pilotos da história da Fórmula 1 que nunca conquistou um título da categoria. Em sua trajetória, ele venceu 16 corridas e foi vice-campeão mundial por quatro vezes seguidas, entre 1955 e 1958.
“Espero continuar sendo descrito como o maior piloto que nunca venceu o campeonato mundial, mas isso realmente não importa”, disse Moss depois de perder a chance de ser campeão em 1959 após um problema em seu carro na corrida final. “O mais importante para mim foi ganhar o respeito dos outros pilotos e eu acho que consegui isso”.
Moss competiu na chamada era de ouro da Fórmula 1, em que ainda corriam pilotos como Mike Hawthorn e Juan Manuel Fangio, argentino pentacampeão mundial que foi companheiro de Mercedes do britânico por uma temporada.
Nas pistas, Moss foi um piloto destemido, extremamente competitivo e que colocava o carro no limite. Sua carreira foi abreviada e terminou quando tinha 31 anos, após um acidente grave que o deixou em coma por um mês em abril de 1962.
Depois de se aposentar das pistas, Moss tornou-se um empresário de sucesso, vendendo propriedades e trabalhando como consultor de fabricantes de automóveis. Tinha uma vida reservada. O ex-piloto foi indicado ao Hall da Fama do automobilismo mundial e recebeu a honraria de Cavaleiro do Império Britânico.
Personalidades do automobilismo mundial, como o finlandês Valtteri Bottas, da Mercedes, e grandes escuderias da Fórmula 1 lamentaram a morte de Moss e prestaram solidariedade à família.
“Hoje, o mundo dos esportes perdeu não apenas um ícone, mas um cavalheiro. A equipe e a família Mercedes perdeu um grande amigo Nós sentiremos sua falta, Sir Stirling”, escreveu a Mercedes.
“Todos na McLaren sentem a perda de uma lenda do nosso esporte, Sir Stirling Moss. Um competidor prodígio, piloto talentoso e grande cavalheiro, ele deixa uma incrível marca de grandeza na história do automobilismo internacional. Condolências para a família”, afirmou a McLaren.