A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável fiscalizou as estações de captação e de tratamento de água do rio Jaguari, nesta terça-feira (1). O colegiado apura a causa e o impacto das alterações identificadas no odor da água captada no manancial. Os vereadores Wagner Barbosa (PSB), presidente; Erika Tank (PL) e Lu Bogo (PL) foram recebidos por técnicos e diretores da concessionária BRK Ambiental. O secretário Municipal de Obras e Serviços Públicos, Dagoberto Guidi, também participou.
A visita ocorreu logo após os vereadores receberem reclamações de munícipes que apontaram incômodo com a mudança na característica da água em alguns bairros da cidade, nos dias 27 e 28 de setembro. “A visita foi realizada para levantar as causas do problema. Inúmeras pessoas reclamaram do cheiro da água. Temos uma preocupação primeiro com a saúde da população, mas também com o meio ambiente, que é o foco de nossa atuação”, citou a vereadora Erika Tank.
O diretor da concessionária, Fernando Mangabeira, classificou como crítica a situação da qualidade da água do rio Jaguari. “Existem alguns municípios que lançam esgoto sem tratamento a montante – por onde o rio passa antes de chegar a Limeira (na direção da nascente). Isso se tornou um problema crítico quando juntou com a água da chuva ocorrida na última semana”, descreveu.
Ainda segundo Mangabeira, o nível de “oxigênio dissolvido na água foi a zero e praticamente matou o rio”. E acrescentou: o momento é de unir esforços entre a Câmara, a Prefeitura, a concessionária BRK e a população para exigir dos órgãos ambientais providências, no sentido de que determinem que não sejam lançados esgotos sem tratamento no rio Jaguari”, defendeu.
Poluição
Diante das informações levantadas durante a visita, o presidente da Comissão de Meio Ambiente, Wagner Barbosa, afirmou que o colegiado vai encaminhar ofícios à concessionária para que relatórios sobre a captação e tratamento de água do rio Jaguari sejam remetidos ao colegiado. Além de buscar dados sobre as condições de abastecimento, os vereadores pretendem apurar a causa e o impacto da poluição do rio.
“Solicitaremos laudos da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e da BRK para a questão da qualidade da água e verificar se isso pode afetar ou não a população. Algo está errado e estamos em busca do que ocasionou essa alteração na característica da água fornecida. Em seguida, com todos os documentos, vamos elaborar um relatório e acionar o Ministério Público, para que sejam identificadas quais cidades despejam esgoto sem tratamento no rio”, adiantou Wagner Barbosa. Ele disse que a Comissão vai dialogar com o Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), do MP em Piracicaba.
A Comissão de Meio Ambiente apresentou na sessão de segunda-feira, 30 de setembro, a Moção Nº 254/2019, em apelo à Cetesb, para que o órgão preste esclarecimentos e adote providências em relação à qualidade da água que abastece Limeira. Os vereadores Darci Reis (PSD) e Dra. Mayra Costa (Cidadania) integram o colegiado, além de Wagner Barbosa, Lu Bogo e Erika Tank.
Água potável
Sobre a potabilidade da água distribuída para consumo da população, a equipe da BRK Ambiental garantiu aos vereadores que, apesar do cheiro atípico, os padrões de qualidade determinados pelo Ministério da Saúde estão mantidos. “A água distribuída em nenhum momento deixou de ser potável. Não houve risco algum ao consumo, exceto o incômodo causado pelo efeito do odor e do gosto”, salientou Fernando Mangabeira.
Para manter o abastecimento de água potável, a BRK passou a captar água exclusivamente de outro manancial, o Ribeirão do Pinhal.