O dia 7 de abril é o dia nacional de combate ao bullying. Para pais, gestores de escolas e profissionais da área de Educação, a data pode ser uma boa oportunidade para avaliar as políticas e medidas a serem adotadas no sentido de evitar e combater esse tipo de prática.
O País possui, desde 2015, uma legislação especifica sobre o assunto. Mas, na prática, como identificar e evitar um caso de bullying? E o que as escolas e pais podem fazer para evitar o problema?
Como identificar?
Embora não seja tão simples detectar que uma criança está sendo vítima de bullying apenas com base em determinadas pistas (especialmente no caso das mais novas), alguns indícios podem ajudar a identificar esse tipo de situação, como explica a coordenadora do Berçário Ponto Omega, pedagoga e especialista em Primeira Infância, Maria Guimarães Drummond Gruppi. Eis alguns exemplos:
1. Sintomas de depressão
2. Sono excessivo
3. Cansaço ou pouca disposição para brincar
4 Perda frequente do material da escola
5. Irritação
6 Choro excessivo
7. Dificuldade de se separar dos pais
8. Incontinência urinária
“São sintomas que os pais devem investigar com muito cuidado e carinho, seja com a criança e também na escola”, explica ela.
O que fazer?
O indicado, nesse tipo de situação, é procurar a direção da escola e solicitar informações de o que pode estar acontecendo com a sua criança e se a direção da escola teria alguma orientação para dar aos pais. Além disso, saber se seria possível ser feito um acompanhamento do caso. Tanto para crianças que são vítimas de bullying quanto para aquelas que praticam esse tipo de ato, uma opção de apoio pode ser a terapia familiar junto a um profissional especializado. Dependendo do caso, pode-se, ainda, recorrer ao Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente.
Caso haja dificuldade de identificar se a criança está ou não sendo vítima se bullying (mesmo com a ajuda da escola), é importante que os pais demonstrem para a criança que o apoio deles é incondicional para que ela se sinta confiante e, desta forma, possa relatar os verdadeiros problemas e, assim, possa ser efetivamente ajudada.
O papel da escola
Parte importante no processo de combate ao bullying, a escola – e, sobretudo, seu corpo docente – tem de deixar claro, desde o início quais são as regras da instituição. “É preciso que a autoridade e a hierarquia fiquem claras para as crianças”, explica Maria.
Conversar sempre
Por fim, um ponto importante na relação entre pais e filhos (sejam eles vítimas ou praticantes de bullying) é sempre conversar evitando, com isso, o uso da punição como os castigos e as suras ou até mesmo os tapinhas ou palmadas, que só geram raiva por parte dos pequenos. Quando os pais perdem os argumentos verbais, partem para a violência física ensinando justamente isso aos filhos. “Os pais se esquecem de que as crianças estão em fase de formação e de aprendizado e de que precisam de apoio, de solidariedade e de acolhimento, principalmente quando erram e falham”, explica Maria. “A Palavra tem de estar sempre à frente de tudo”.
Sobre o Ponto Omega
Instalado há mais de três décadas no bairro dos Jardins, em São Paulo, o Ponto Omega – Centro de Cuidados Infantis Bilíngue – é considerado referência em berçário e educação infantil. A escola, que atende crianças de três meses aos seis anos, conta com uma equipe que inclui assessoria de especialistas em áreas como fisioterapia, infectologia e nutrição. A coordenadora Maria Guimarães Drummond Gruppi é formada em Psicologia e em Pedagogia pela PUC-SP e especialista em primeira infância, com pós-graduação em Clínica Interdisciplinar com Bebês, pelo COGEAE e com diversos cursos na área, como o Brincar na Constituição do Sujeito, e a Intervenção Precoce, ambos pelo Instituto SEDES Sapientiae.