A decisão de ter um bebê é, normalmente, um momento repleto de emoção para a futura mãe. Constituir uma família, afinal, está dentro dos planos de grande parte dos casais, que dedicam parte do seu tempo imaginando como será a vida com um novo integrante dali para frente.
No entanto, o caminho da maternidade é repleto de grandes mudanças que exigem bastante preparo para minimizar os impactos emocionais negativos Marcely Quirino, psicóloga do Complexo Hospitalar de Niterói, esclarece: “Não é novidade que agregar um bebê à família envolve dedicar uma grande parcela do tempo à atenção e aos cuidados com a criança.
Quando as noites de sono perdida e o barulho de choro acabam caindo na rotina dos pais, é comum que o humor e a energia do casal estejam debilitados por consequência do estresse. Além disso, a mudança repentina nos gastos da família, quando não calculada com cuidado, pode agravar ainda mais quadros como estresse e ansiedade. É preciso saber conciliar o cuidado com a criança sem esquecer de si. No entanto, a chegada do bebê pode ser um forte estímulo para o estreitamento harmonioso dos laços do casal e de toda a família”.
Por outro lado, é necessário que a mãe também esteja preparada para mudanças no relacionamento. Afinal, o estresse, além do tempo e o dinheiro, que antes poderiam ser investidos livremente no casal e agora precisam ser compartilhados com uma nova pessoa, podem esfriar a relação se não administrados bem.
Um outro fator que exige atenção durante a maternidade é o cuidado com a frustração de expectativas. Muitas mães de primeira viagem acabam por extrair de novelas, filmes e propagandas suas suposições sobre o significado de ser uma boa mãe, e quando estas não se cumprem, há um sentimento de culpa. Mas a ficção é bastante diferente da realidade, e entender que as dificuldades são completamente normais é fundamental, podendo até mesmo reduzir os riscos de depressão pós-parto. Além disso, criar expectativas em excesso em relação a como os filhos pode afetar negativamente a relação materna.