O Governo de São Paulo confirmou nesta sexta-feira (3) que o estado já registra 102 casos de intoxicação por metanol, sendo 11 confirmados, com uma morte, e outros 91 ainda em investigação, incluindo oito óbitos suspeitos. Diante do avanço da crise, o governo estadual intensificou medidas com um gabinete de crise, reforço de fiscalização, interdições de estabelecimentos e novas aquisições de antídotos para a rede de saúde.
De acordo com o balanço da Secretaria de Estado da Saúde, os casos suspeitos e confirmados se concentram na capital, mas também atingem cidades como São Bernardo do Campo, Cajuru, Guarulhos, Ribeirão Preto, Limeira e Santos. A única morte confirmada por intoxicação até o momento foi registrada na cidade de São Paulo.
Outros oito óbitos estão em análise: cinco na capital, dois em São Bernardo do Campo e um em Cajuru.
Para garantir atendimento rápido, o governo estadual iniciou a distribuição de 2 mil novas ampolas de álcool etílico absoluto aos centros de referência em saúde, somando-se às 500 que já estavam em estoque. O produto é usado no tratamento emergencial de intoxicações por metanol.
Além disso, o governador Tarcísio de Freitas determinou o cancelamento cautelar da inscrição estadual de qualquer estabelecimento flagrado comercializando bebidas adulteradas, falsificadas ou sem nota fiscal.
“Em São Paulo, faremos tudo para proteger a saúde, fazer cumprir a lei e garantir segurança ao consumidor”, afirmou o governador.
Força-tarefa interditou 10 locais e já apreendeu 50 mil garrafas no ano
Desde o início da atuação do gabinete de crise, foram interditados 10 estabelecimentos, entre bares e distribuidoras, em bairros da capital e nas cidades de Osasco, São Bernardo do Campo e Barueri.
Ao todo, 4.500 garrafas foram apreendidas só nesta semana, e 30 pessoas já foram presas em 2025 por envolvimento com falsificação de bebidas, sendo 8 apenas nesta semana. Desde janeiro, a Polícia Civil já contabiliza mais de 50 mil garrafas apreendidas em ações de combate à falsificação.
A Secretaria da Saúde também reforçou a estrutura de testagem. Casos suspeitos terão coletas de sangue e urina analisadas em até uma hora pelo Laboratório de Toxicologia Analítica Forense (LATOF) da USP em Ribeirão Preto, com o método de cromatografia gasosa, padrão ouro para detecção de metanol.
O Instituto Adolfo Lutz é responsável pela logística de transporte das amostras.
Sintomas, riscos e orientação à população
A intoxicação por metanol é grave e pode causar cegueira irreversível, insuficiência renal, convulsões e morte. A substância pode estar presente em bebidas clandestinas, combustíveis, solventes e produtos de limpeza.
Sintomas de alerta incluem:
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Dor abdominal intensa
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Tontura, náuseas e vômitos
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Confusão mental
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Alterações na visão (embaçamento, sensibilidade à luz)
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Convulsões
O atendimento médico deve ser imediato. O socorro nas primeiras 6 horas após os sintomas é fundamental para evitar o agravamento.
Canais de denúncia estão disponíveis
A população pode denunciar bebidas suspeitas ou irregularidades em estabelecimentos por meio dos canais:
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Disque Denúncia 181
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Polícia Civil: www.webdenuncia.sp.gov.br
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Procon-SP: Disque 151 ou www.procon.sp.gov.br
O Procon criou um atalho específico no site para facilitar denúncias relacionadas a bebidas adulteradas.

