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MP pede explicações a responsáveis por atendimento prestado à menina que morreu picada por escorpião em Piracicaba

Enquanto na sessão camarária de segunda-feira (21), 13 vereadores de Piracicaba votaram contra e só sete foram a favor da realização de uma audiência pública proposta pelo vereador Pedro Kawai, para discutir o atendimento prestado à Jamily Vitória Duarte, de cinco anos, que morreu dia 12 deste mês após ter sido picada por escorpião, o Ministério Público (MP), de São Paulo, oficiou a empresa gestora da UPA para que se manifeste sobre o atendimento prestado à criança.

No ofício, a Promotoria de Justiça pede a cópia do prontuário da paciente, a relação de todos os funcionários que se encontravam no local, indicando quais deles prestaram atendimento à vítima, e informar qual o motivo de a criança ter sido transferida para outro estabelecimento, antes de ser ministrado o soro antiescorpiônico.

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Outro pedido do MP é que seja apresentada a lista com a relação do estoque de todos os medicamentos existentes na unidade e como é feito o controle e a constatação, por parte dos funcionários, dos medicamentos em estoque e em falta na unidade.

No dia em que a criança foi atendida na UPA, conforme alegação de familiares, depois de uma hora em que ela estava no local teria sido dito à mãe que não haveria soro antiescorpiônico no local. Porém, após a divulgação da morte dela – o Rápido no Ar foi o primeiro a ter conhecimento do caso – a prefeitura respondeu, por meio da Secretaria de Saúde, que havia sim o soro, mas a menina estava perdendo os acessos às veias.

Quando ela foi levada para a Santa Casa já estava em estado grave, sua saúde piorou e pela manhã ela não resistiu.

Audiência

Pedro Kawai disse que, além de ter sua propositura rejeitada na sessão da Câmara, na noite de ontem, teve gente da população – e um vereador – que o taxaram de “oportunista” e disseram que ele “queria se aproveitar do luto da família para politicagem”.

“A intenção da audiência pública era para a gente ter uma linha de raciocínio para saber o que realmente aconteceu. Aparentemente, duas horas depois é muito tempo para levar para a Santa Casa uma criança com picada de escorpião. A gente sabe que, a partir de 30 minutos de espera, já é bastante arriscado se não tiver o atendimento adequado. Por isso convoquei essa audiência pública que, infelizmente, não foi aprovada, mas a gente tem que entender o que cada vereador pensa e respeitar a decisão de cada um”, disse Pedro.

Segundo ele, essa empresa responsável pela Saúde em Piracicaba tem problemas e há notícias de que, só no Estado de São Paulo passa de 17 casos de investigação por erro médico. “Agora, acontece um negócio desse em Piracicaba e a gente se preocupa muito. Mas, agora está nas mãos do Ministério Público, a prefeitura deve estar fazendo uma investigação, mas o legislativo foi privado de participar. Vamos acompanhar de perto o andamento disso tudo, porque não é justo uma criança perder a vida tão cedo por uma picada de escorpião ou por qualquer outro motivo”, completou.

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