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Vítimas de ataque a tiros em igreja de Campinas são identificadas

As vítimas do atirador, Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos, na tarde desta terça-feira (11), durante uma missa na Catedral Metropolitana de Campinas (SP), foram identificadas na noite de hoje.

As quatro pessoas que morreram, além do atirador, eram homens e tiveram o nome divulgado pela Polícia Civil, são eles: Sidnei Vitor Monteiro, José Eudes Gonzaga, Cristofer Gonçalves dos Santos e Elpidio Alves Coutinho. A idades deles não foram divulgadas.

Um dos mortos, José Eudes Gonzaga, estava com sua esposa, Maria de Fátima no momento do ataque e também foi atingida por disparos. Ela foi socorrida e levada para o Hospital das Clínicas da Unicamp.

Outras vítimas, que ficaram feridas e foram socorridas foram: : Jandira Prado Monteiro, 65, Heleno Severo Alves, 84, e um outro homem de 64 anos. Apenas Severo Alves segue internado, em estado grave.

O ataque

Após atirar contra os fiéis, ele se matou próximo ao altar.

O atirador que entrou na Catedral Metropolitana de Campinas, no interior paulista, e atirou contra oito pessoas que estavam rezando no local por volta das 13 horas desta terça-feira, 11, foi identificado como Euler Fernando Grandolpho Segundo o delegado José Henrique Ventura, diretor do Departamento de Polícia Judiciária São Paulo Interior 2 (Deinter 2), Grandolpho, de 49 anos, era de Valinhos, também no interior de São Paulo, e não tinha antecedentes criminais. “A profissão dele, ao que parece, era analista de sistemas”, disse em entrevista coletiva na tarde desta terça. “Com a identificação, vamos investigar agora a motivação (do crime).”

uler Fernando Grandolpho matou quatro pessoas e depois se matou ainda dentro da igreja.

Uma mochila de Grandolpho, com documentos, foi encontrada no interior da catedral. A polícia investiga onde e com quem Grandolpho morava. “O vídeo que temos (mostra) ele dentro da igreja, o que prova que estava sozinho”, disse Ventura. Segundo o delegado, o atirador nunca havia sido visto na igreja.

A catedral fica na região central de Campinas, e houve corre-corre na hora do ataque, principalmente na rua 13 de Maio, uma das mais movimentadas do comércio local. Para a polícia, a ação foi premeditada. “Ele não chegou atirando. Ele estava sentado, parado e quando se levantou começou a atirar nas pessoas”, disse o delegado Hamilton Caviola Filho, do 1º DP de Campinas, responsável pelo policiamento na região.

Houve uma missa na catedral às 12h15. Segundo Caviola, as imagens das câmeras de monitoramento da igreja mostram o homem sentando nos fundos e analisando o ambiente. Depois de algum tempo, ele se levanta e passou a disparar contra os fiéis que estavam na catedral com uma pistola calibre .40mm e um revólver calibre .38mm. O atirador, que estava sem documentos, tinha ainda dois carregadores.

Segundo o delegado, dois policiais militares que estavam do lado de fora da igreja ouviram os disparos e correram para a igreja. Um deles acertou um tiro na perna do atirador, que se matou em seguida. A Polícia Civil vai tentar identificar o atirador para descobrir a motivação do crime.

Motivação é desconhecida
O secretário de Segurança em Campinas, Luiz Augusto Baggio, disse que ainda não há indicação sobre a identidade do autor dos disparos. “A polícia está investigando quem é o autor. É um episódio insano. Ele (atirador) entrou dentro da catedral como se estivesse indo à missa”, disse Baggio.

Em nota, a Arquidiocese de Campinas informou que a catedral segue fechada e que motivação do crime ainda é desconhecida. “Assim que dispusermos de mais informações, as disponibilizaremos. Contamos com as orações de todos neste momento de profunda dor.”

Em nota, a Prefeitura de Campinas informou que mobilizou o Samu, a Rede Mário Gatti, a Guarda Municipal e a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) para atender às vítimas do ataque. No texto, a prefeitura disse que a prioridade no momento é “dar total atenção aos feridos e às famílias das vítimas”.

Testemunhas ouviram vários disparos
A gerente de uma loja de alianças que fica perto da catedral ouviu o barulho dos disparos e se assustou. “Ouvimos muitos tiros, mais de 20. Ouvi, mas não estava entendendo. Só fui entender quando as pessoas entraram correndo e gritando dentro da loja”, disse Patrícia Silvério, de 40 anos.

“Vi um senhor, todo ensanguentado, correndo, até que uma ambulância o segurou”, disse Patrícia. Segundo ela, várias lojas das redondezas fecharam as portas e uma faixa amarela faz o isolamento do local.

Pedro Rodrigues estava dentro da Catedral e viu quando o atirador entrou na igreja e fez os disparos. “Era hora do almoço e fazia uns 5 minutos que a missa tinha acabado. Ele chegou com a arma em punho e saiu atirando. Sempre pensei que a igreja era um lugar seguro”, disse Rodrigues.

‘Ninguém pôde fazer nada’, diz padre

Em um vídeo divulgado no Facebook na tarde desta terça-feira, o padre Amauri Thomazzi, que celebrou missa pouco antes do ataque, disse que todos estão abalados com o que aconteceu. “Eu rezei a missa do meio-dia e quinze. No final da missa, uma pessoa entrou atirando e fez algumas vítimas, ninguém pôde fazer nada, ajudar de forma nenhuma”, disse.

“Aos amigos que estão pedindo informações, estou mandando essa mensagem para dizer que está tudo bem aqui na catedral. Ainda não temos informações de como vai ser a programação da catedral hoje e amanhã”, informou o padre Amauri. No fim do vídeo, o padre pediu oração para as pessoas que foram feridas e para o autor dos disparos.

Bolsonaro
O presidente eleito Jair Bolsonaro lamentou pelo Twitter o crime e disse que está acompanhando a apuração junto às autoridades.

“Estamos acompanhando a apuração das autoridades sobre o crime bárbaro cometido hoje na Catedral Metropolitana de Campinas, em São Paulo. Nossos votos de ‘solidariedade’ às vítimas dessa tragédia e aos familiares”, escreveu Bolsonaro na rede social.

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