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Vice-prefeito de Hortolândia e secretários são exonerados após operação da PF contra fraudes na educação

Foto: Reprodução/Facebook

A Prefeitura de Hortolândia exonerou o vice-prefeito e secretário de Governo, Cafu Cesar (PSB), e outros três servidores da alta gestão após a deflagração de uma operação da Polícia Federal que investiga fraudes milionárias em licitações da área da educação. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Município nesta sexta-feira (14).

Carlos Augusto Cesar, o Cafu, foi preso preventivamente na última quarta-feira (12) e exonerado do cargo de secretário municipal de Governo no dia 12 de novembro, mas segue no cargo de vice-prefeito — por ser um cargo eletivo, ele não pode ser exonerado. Além dele, foram afastados os secretários Fernando Gomes de Moraes (Educação), Rogério Mion (Habitação) e a diretora Carla Ariane Trindade (Almoxarifado e Patrimônio).

A operação da PF, em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), apura o uso de empresas de fachada e intermediação política para o favorecimento de contratos públicos fraudulentos, com prejuízo direto aos cofres municipais.

Segundo a investigação, Cafu Cesar seria um dos principais articuladores do esquema, tendo atuado diretamente no direcionamento de licitações e na liberação de pagamentos para a empresa Life Tecnologia Educacional. O MPF aponta que ele teria recebido, por intermédio de terceiros, ao menos R$ 2,4 milhões em propina.

O então secretário de Educação, Fernando Gomes de Moraes, também preso, é acusado de firmar atas de preços manipuladas, além de agilizar pagamentos à empresa em troca de vantagens ilícitas.

Já Rogério Mion, ex-secretário de Habitação, teria funcionado como elo político para favorecer os interesses da Life em diferentes administrações municipais. Carla Ariane Trindade, ex-diretora e ex-nora do presidente Lula, é apontada como lobista, com atuação para intermediar acordos entre a empresa investigada e órgãos públicos.

De acordo com a Polícia Federal, a Life Tecnologia Educacional foi beneficiada com mais de R$ 111 milhões em recursos públicos entre 2021 e 2024, especialmente vindos dos municípios de Sumaré, Hortolândia, Morungaba e, possivelmente, Limeira. A atuação da empresa envolvia a utilização de lobistas para garantir contratos e de doleiros para viabilizar o pagamento de propina em espécie.

Do total recebido, cerca de R$ 86 milhões foram faturados por meio de notas fiscais emitidas. A diferença sugere possíveis pagamentos sem comprovação fiscal, reforçando as suspeitas de lavagem de dinheiro.

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