Durante discurso na Assembleia Geral da ONU, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que pretende se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana. Apesar de recentes tensões comerciais entre os dois países, Trump elogiou Lula e destacou a “química excelente” no breve encontro que tiveram nos bastidores do evento em Nova York.
Logo após Lula abrir os discursos da Assembleia Geral, como é tradição brasileira, Trump relatou ter encontrado o presidente brasileiro na entrada do evento. “Nos abraçamos. As pessoas não acreditaram nisso”, disse Trump, reforçando o clima cordial. Ele afirmou ainda que ambos concordaram em marcar uma reunião formal na semana seguinte. “Tivemos uma química excelente. Isso foi um bom sinal”, acrescentou o ex-presidente norte-americano, chamando Lula de “homem muito agradável”.
Apesar do tom amigável, Trump reafirmou as medidas comerciais adotadas contra o Brasil, alegando defesa da soberania dos Estados Unidos. Ele criticou as tarifas que, segundo ele, o Brasil impôs aos produtos americanos de forma “injusta”. Como resposta, seu governo aplicou uma taxa de 50% sobre alguns produtos brasileiros.
Trump também acusou o Brasil de interferir na liberdade de cidadãos estrangeiros, por meio de censura e uso do sistema judicial como forma de repressão. “Sem a gente, eles vão falhar como outros falharam”, afirmou, sugerindo que uma cooperação com os EUA seria essencial para o sucesso do Brasil.
Resposta do governo brasileiro e do STF
O governo brasileiro rebateu as acusações norte-americanas, destacando que os Estados Unidos acumularam um superávit superior a US$ 400 bilhões no comércio bilateral com o Brasil nos últimos 15 anos, o que, segundo Brasília, invalida a justificativa para novas tarifas.
Em carta oficial, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, negou que haja censura no país e afirmou que as decisões da Corte visam proteger a liberdade de expressão. Barroso também classificou a justificativa da tarifa de 50% como baseada em uma “compreensão imprecisa dos fatos”. “No Brasil de hoje, não se persegue ninguém”, declarou.

