Os integrantes da Polícia Militar do Estado de São Paulo estão sempre preparados para salvar vidas e garantir a segurança da população paulista. E em mais uma ação que foi além do combate ao crime, policiais do 41º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I) salvaram, no início do mês, um bebê que estava engasgado, no Parque Bandeirantes I, no município de Sumaré.
Todo o procedimento realizado pelos policiais envolvidos, desde a chegada na casa da solicitante até a condução à unidade de saúde, foi gravado por uma das 2,5 mil ‘bodycams’ recém-adquiridas pelo Governo de São Paulo. As câmeras corporais foram compradas no início do ano e 1.690 delas estão em operação desde o final de maio – o restante entram em operação nos próximos dias. Antes dessa licitação, a PM paulista já contava com 585 câmeras portáteis em uso.
No último dia 1º, os cabos Rosolen, Danton e Alves estavam em patrulhamento quando foram acionados pelo Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) para atendimento envolvendo uma criança recém-nascida que havia engasgado com leite materno. Imediatamente, os militares se deslocaram ao endereço apontado e iniciaram o atendimento.
“É a segunda vez que participo de uma ocorrência envolvendo uma criança engasgada. Nesta última, encontrei a criança desfalecida, realizei a manobra e deu tudo certo. De acordo com o médico, inclusive, se o atendimento tivesse demorado mais um pouco a criança poderia ter tipo uma parada cardíaca, mas agimos rápido”, contou o cabo Rosolen, que há sete anos integra a PM paulista.
A manobra a qual o policial se refere é a Heimlich, que consiste em utilizar as mãos para fazer pressão sob o diafragma, provocando uma tosse até a desobstrução de vias aéreas. Esse procedimento é uma das técnicas ensinadas aos policias militares nos cursos de formação da instituição e eles aprendem logo que ingressam na Escola Superior de Soldados (ESSd).
Na ocasião, a equipe pegou o bebê nos braços, com apenas 16 dias de vida, já em cianose, mas assim que realizou a primeira manobra, o cabo Rosolen já ouviu o pequeno Henry respirando novamente. “Foi algo incrível. Tenho uma filha de 12 anos, me coloquei no lugar da mãe desesperada, vendo o filho desfalecido e é uma ocorrência que nunca vou esquecer. Vai marcar minha vida”, contou.
Câmeras corporais
As câmeras portáteis são acopladas aos uniformes dos policiais militares e gravam automaticamente todas as atividades policiais durante o turno de serviço, transmitindo as imagens em tempo real para centrais específicas, garantindo acompanhamento instantâneo das ações policiais em diferentes regiões do Estado. Ou seja, todas as abordagens, fiscalizações, buscas, varreduras, acidentes e demais interações com o público são registradas independentemente da ação do policial.
Os dados são transmitidos em tempo real por meio de live streaming ou armazenados na nuvem para serem acessados remotamente por autoridades de segurança e judiciais sempre que necessário. O recurso do posicionamento global por satélite (GPS) traz um ganho tanto para a produção de provas, uma vez que agiliza a sincronização das evidências com os fatos, como para a segurança dos policiais. Com o equipamento acoplado ao corpo, o policial pode ter sua posição facilmente rastreada e informada com exatidão aos demais colegas em serviço em situação na qual ele precise de apoio.
Experiência internacional
Há sete anos, a PM de São Paulo desenvolve estudos para o uso das câmeras corporais durante o patrulhamento. A partir de 2016, a corporação passou a promover testes com a tecnologia, além de intercâmbios com forças de segurança de Nova Iorque, Los Angeles, Londres, Chile e Alemanha. O novo sistema de gravação ininterrupta de todo o turno de serviço, implementado na atual gestão, coloca São Paula na vanguarda desta tecnologia.