A Polícia Civil de São Paulo realizou, nesta quarta-feira (15), a destruição de mais de 100 mil garrafas de vidro que seriam utilizadas em esquemas de falsificação de bebidas alcoólicas. A operação, liderada pela 1ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco), ocorreu após autorização judicial e envolveu o envio de cerca de sete toneladas de material para reciclagem em uma empresa especializada.
A apreensão dos vasilhames ocorreu em 6 de outubro, em um galpão clandestino na zona leste da capital, disfarçado de empresa de recicláveis. O local funcionava como ponto de coleta e revenda de garrafas sem higienização, utilizadas na adulteração de destilados.
A ação faz parte da força-tarefa do Governo de São Paulo contra a adulteração de bebidas alcoólicas com metanol, substância tóxica que pode causar intoxicações graves e até mortes. Durante a vistoria no galpão, localizado na Vila Formosa, foram encontradas 103 mil garrafas vazias e outras 6 mil contendo líquidos sem comprovação de origem.

Dois homens, de 46 e 61 anos, foram autuados e estão sendo investigados. O local foi interditado pela Vigilância Sanitária.
Segundo o delegado Ronald Quene, titular da Cerco, o combate ao reuso criminoso de embalagens é fundamental para interromper a cadeia de falsificação. “Retirar essa quantidade de vasilhames de circulação já é uma forma de combater esse tipo de crime”, afirmou.
Após a apreensão, o material foi transportado para a empresa O-I Glass, na zona leste de São Paulo, onde foi pesado, quebrado e misturado a outras cargas recicláveis. Posteriormente, os cacos foram levados a um forno industrial, aquecidos a cerca de 1.400 °C, e derretidos para futura reutilização.
Além de combater o crime, a destruição dos vasilhames tem impacto positivo no meio ambiente. “O descarte responsável e a reciclagem correta evitam a degradação ambiental”, destacou o delegado Quene.
Desde o início da força-tarefa da Polícia Civil, 57 pessoas já foram presas por envolvimento com a falsificação e distribuição de bebidas adulteradas no estado.
