As tecnologias de câmeras e sensores integrados ao Muralha Paulista nos municípios do litoral de São Paulo têm contribuído para a diminuição dos indicadores criminais, garantindo maior sensação de segurança para a população.
Na Baixada Santista, o número de presos foi o maior da história e o índice de foragidos da Justiça capturados aumentou 27% em outubro com a ajuda do programa.
Somente nos nove municípios que compõem a região, são cerca de 1,8 mil câmeras e sensores instalados estrategicamente para reduzir a mobilidade criminal e impedir a ação e fuga dos criminosos. Os dispositivos cruzam as informações com o Banco Nacional de Mandados de Prisão e identificam quem é procurado pela Justiça por meio da tecnologia de reconhecimento facial. O alerta é gerado para a Polícia Militar e para as guardas municipais.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, houve 337 prisões e apreensões de infratores por mandados judiciais em outubro nos municípios de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente, que formam a Baixada Santista. Essa foi a segunda maior marca em 25 anos. No comparativo com o ano passado, foram 265 detenções — 27% a mais.
O índice ajudou a elevar o total de prisões na região, atingindo a maior quantidade da história, com 928 infratores capturados ou presos em flagrante em outubro — aumento de 9,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
As câmeras também contribuem para localizar pessoas desaparecidas e veículos furtados e roubados. De acordo com o Centro Integrado de Comando e Controle, da SSP, são gerados cerca de 80 a 100 alertas por dia de pessoas ou veículos suspeitos no litoral paulista.
“A integração dos municípios ao programa tem sido fundamental para fortalecer a atuação conjunta das forças de segurança no combate ao crime organizado na região litorânea de São Paulo. Vamos aumentar nossa capacidade de monitoramento e impedir que criminosos se aproveitem da estrutura viária local para realizar atividades ilícitas”, reforçou o secretário da Segurança Pública, Osvaldo Nico Gonçalves.
Em março deste ano, o programa Muralha Paulista ajudou a causar um prejuízo de mais de R$ 30 milhões ao crime organizado ao identificar veículos utilizados no abastecimento de drogas na Baixada Santista.
Em posse das informações, policiais da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) do Deinter 6 encontraram duas toneladas de cocaína em um caminhão de reciclagem no bairro Jardim Boa Esperança, no Guarujá. Três homens foram presos em flagrante, sendo que um deles já era procurado pela Justiça por tráfico de drogas. Saiba mais aqui.
Roubos também caíram na região
Uma vez que a câmera emite o alerta e a polícia consegue deter o criminoso, ele deixa de reincidir no crime, ajudando na diminuição dos indicadores criminais.
Na Baixada Santista, em outubro, os roubos em geral foram os menores desde 2009. Passaram de 764 para 606 registros no comparativo. Os roubos de veículos também caíram, de 123 para 74 casos — a segunda menor marca da série histórica. Já os roubos de carga passaram de 18 para apenas 3 casos no mês.
Outros tipos de crimes também tiveram queda, como no caso dos homicídios, de 11 para 7 registros, os latrocínios, de 2 para 1, e os estupros, de 64 para 47 registros no período.

