O estado de São Paulo registrou 11 mortes por intoxicação com metanol, substância tóxica e proibida em bebidas alcoólicas. O caso mobilizou autoridades estaduais e federais entre setembro e novembro deste ano, levando à apreensão de produtos clandestinos e ao envio emergencial de antídotos.
Segundo o balanço mais recente da Secretaria da Saúde, divulgado na quarta-feira (17), as vítimas fatais são homens e mulheres com idades entre 23 e 62 anos, residentes em cidades como São Paulo, Osasco, São Bernardo do Campo, Jundiaí e Sorocaba. A maioria das mortes ocorreu após o consumo de gin, whisky ou vodka adulterados com metanol, produto normalmente usado na indústria, mas que pode causar cegueira, falência de órgãos e morte quando ingerido.
Além dos óbitos confirmados, autoridades investigam quatro mortes suspeitas, registradas em Guariba, São José dos Campos e Cajamar.
Até o momento, 51 casos de intoxicação por metanol foram confirmados. Outros 555 suspeitos foram descartados após análise laboratorial. A maior parte dos episódios ocorreu entre setembro e novembro, período em que o Ministério da Saúde ativou uma sala de situação para monitorar o avanço dos casos — estrutura desativada no início de dezembro com a queda nas ocorrências.
O último caso confirmado foi registrado em 26 de novembro, com sintomas iniciados no dia 23. O Ministério da Saúde, diante da gravidade, trouxe ao Brasil remessas de antídotos específicos para tratamento de pacientes intoxicados.
As ações de resposta envolveram diversos órgãos. No âmbito federal, a Senacon e o CNCP emitiram notificações a pontos de venda suspeitos, enquanto a Polícia Federal passou a investigar o possível envolvimento do crime organizado na adulteração e distribuição das bebidas ilegais.
Em São Paulo, forças de segurança estaduais realizaram uma força-tarefa nos bairros Jardim Paulista e Mooca, onde 117 garrafas sem rótulo e sem comprovação de procedência foram apreendidas.
A articulação entre secretarias de saúde, segurança pública e órgãos federais visa coibir novas ocorrências e identificar os responsáveis pela adulteração criminosa de bebidas comercializadas irregularmente.

