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Justiça decreta prisão de suspeito pela morte de médico

A Justiça de São Paulo decretou nesta quarta-feira, 14, a prisão de Luciano Silva Moreira, de 18 anos, suspeito de ser o homem que atirou e matou no sábado o médico Roberto Kikawa, idealizador das Caravanas da Saúde, do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a Polícia Civil, Moreira foi identificado nesta quarta e acabou reconhecido por sua mãe, que viu imagens do crime, como o autor dos dois disparos que atingiram o médico.

O delegado Wilson Roberto Zampieri, titular do 17º Distrito Policial (Ipiranga), que apura o caso, ainda trabalha para a identificação de um adolescente, que estava com Moreira no momento do crime. Teria sido o menor quem gritou “atira” para Moreira, antes de ele efetuar os disparos que atingiram e mataram o médico.

“Havia uma informação de que a vítima pudesse ter sido morta porque foi confundidas com um policial do Deic (o Departamento Estadual de Investigações Criminais), que atirou em duas pessoas em Heliópolis há alguns dias para evitar um assalto. Mas suspeito de que o caso foi um latrocínio”, disse o delegado. “Quando foi desafivelar o sinto de segurança, eles (os assaltantes) se assustaram e acharam que ele (o médico) pudesse estar armado”, completou o policial, ao acrescentar que as dúvidas só devem ser esclarecidas após a captura do suspeito.

Histórico
O rapaz identificado pela polícia já foi detido dez vezes, segundo o delegado, por roubos de carro. “A primeira vez, com 11 anos.” As últimas ocorrências foram em maio e em setembro deste ano, sempre em bairros da região do Ipiranga, zona sul de São Paulo.

“Fizemos uma busca entre os ladrões de carro registrados aqui na área, a partir das imagens, e chegamos até ele. A mãe dele esteve aqui, viu as imagens e o reconheceu. Ele está com a mesma roupa desde o dia do crime”, continuou o delegado. Depois do assassinato, ainda no sábado, o rapaz chegou a ir para casa e confessou o crime à mãe.

Um outro homem, de 24 anos, também com registros de roubos de carro e que também foi identificado como possível suspeito após a análise dos arquivos policiais, chegou a ser detido na manhã desta quarta e levado à delegacia. Mas os policiais comprovaram que ele não tinha participação neste caso.

A prisão decretada é temporária, de 30 dias, para que a polícia consiga obter novas informações sobre o crime e, se for o caso, pedir a conversão da prisão em preventiva, por prazo indeterminado. Os policiais esperam que, com a prisão, consigam obter também mais informações sobre o segundo envolvido no caso e sua possível localização.

O caso

Kikawa foi morto com dois tiros, ambos no tórax, por volta das 23 horas do sábado, 10, quando chegava em casa, na Rua do Manifesto, no Ipiranga, após jantar em uma pizzaria com sua secretária e a filha dela. Embora a rua fosse arborizada e pouco iluminada, imagens de segurança puderam captar a ação. Antes de atirar, um dos rapazes perguntou se ele era “parça” e “polícia”, o que levantou a suspeita inicial de que o crime era uma execução que terminou atingindo a pessoa errada – o carro que o médico dirigia, uma SUV branca, batia com a descrição do carro usado pelo agente do Deic na outra ocorrência.

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