Ao determinar a abertura da Operação Camarote na manhã desta sexta, 26, para investigar suposta administração irregular de vacinas contra a covid-19 na garagem de uma empresa de transporte localizada em Belo Horizonte, o juízo da 35ª Vara Federal Criminal da capital mineira registrou que a ‘luta pela vacina é coletiva’ e que ‘indícios de burla à regras de preferência na ordem de imunização são inadmissíveis, especialmente quando podem configurar crime’.
“A gravíssima pandemia que assola o mundo todo e o Brasil de forma mais severa, ceifando centenas de milhares de vidas em nosso país, se apresenta como uma guerra, e uma guerra só se vence com esforço e sacrifício coletivos. E é justamente diante de uma situação como essa que deve imperar o espírito de solidariedade, de auxílio mútuo, não se admitindo que cidadãos se coloquem em posição privilegiada”, registrou a decisão que autorizou a ‘Camarote’.
A ofensiva cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte na manhã desta sexta, 26. A PF suspeita de importação irregular de vacinas contra a covid-19 e sua receptação.
O Ministério Público Federal chegou a pedir à Justiça que, caso fossem encontradas doses de vacina contra a covid-19 durante as buscas realizadas nesta manhã, os imunizantes fossem encaminhados ao Ministério da Saúde, para distribuição e aplicação segundo as regras do Programa Nacional de Imunizações
Segundo a PF, foram apreendidos aparelhos celulares e documentos
A Operação Camarote investiga os supostos crimes de: contrabando, caso a importação seja anterior à lei que autorizou a importação de vacinas por empresas, com obrigação de doação das doses ao SUS; descaminho, caso a lei citada já estivesse em vigor; ou ‘falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais’, caso a suposta importação tenha acontecido antes do registro da vacina na Anvisa.