Fim do sonho. A Internacional terá que disputar novamente a Série D do Campeonato Brasileiro em 2025. Mas faltou pouco mesmo para o acesso. Muito provavelmente se a apresentação no jogo de ida contra o Maringá, no Limeirão, fosse igual a da Veterana no Willie Davids, a história poderia ser diferente. Foram duas atuações completamente diferentes.
A Internacional fez uma de suas melhores partidas no Paraná. Sufocou o adversário, silenciou as arquibancadas (foram 14 mil presentes), mas faltou um gol para que a decisão da vaga fosse para as penalidades máximas. O empate por 1 a 1 garantiu a classificação e o acesso ao Maringá.
A Internacional caiu de pé. Ficou o gosto de que dava para subir. O clube pagou um preço caro pelos erros que cometeu anteriormente, em especial a teimosia do seu treinador.
Porque Conceição demorou tanto em escalar João Vitor Maranhão no ataque e colocar Albano como meia armador? O camisa 10 jogou a Série D inteira como extremo e na única vez que o técnico o trouxe para o meio, o jogador arrebentou com o jogo. Decisões tardias que custaram caro ao clube. Agora não adiante lamentar.
A Inter jogou no “oba oba” do rival. Queira ou não, o espírito do “já ganhou” estava no ar em Maringá após a vitória no Major Levy. Mas convenhamos, qualquer um ficaria assim.
O Leão poderia ter aberto o placar aos 10 segundos. Isso mesmo, 10 segundos. Foi o tempo do lançamento na saída de jogo para Albano na área. O meia apareceu sozinho, se atrapalhou com a bola e não conseguiu finalizar.
A Inter dominava as ações. Parecia que ela era a mandante. Aos 12, Albano deu ótimo passe para João Vitor Maranhão, que bateu forte para fora.
Quando o Leão estava próximo de abrir o placar, Alysson Dutra entrou novamente em cena. No jogo de ida, o bom zagueiro falhou feio e Robertinho marcou o gol da vitória. Desta vez, ele avançou pela esquerda e acabou desarmado. No contra-ataque, Iago Santana deu um toque preciso de lado para o volante Rodrigo, que avançou e bateu por cima do goleiro André Luiz: 1 a 0.
A Inter se perdeu em campo por alguns minutos e por isso, quase sofreu o segundo logo em seguida. Negueba partiu driblando pela esquerda, deitou Diego Jussani na marcação e a bola sobrou para Robertinho, que de frente para o gol, chutou por cima.
A Internacional tomou as rédeas novamente da partida. Aos 28, Rhuan recebeu de Diego Jussani e bateu cruzado para a defesa de Dheimisson. O Maringá só esperava pelo contra-ataque para liquidar o jogo. Aos 30, Negueba teve a chance, mas isolou. E aos 33, Iago Santana escapou pela direita e cruzou a meia altura para Maranhão, que mergulhou de cabeça para a defesa de André Luiz.
No último lance do primeiro tempo, Léo Ceará cobrou uma falta para a área e o zagueiro Tito cabeceou para a defesa de André Luiz.
A Inter voltou modificada para o segundo tempo com a entrada de Léo Lopes no lugar do volante Marlon. Você acha que Conceição deixaria seu prodígio de fora? Jamais. E o novato teve a primeira oportunidade aos 4 minutos, quando arriscou de fora da área. Porém, longe do gol. Foi seu único chute a gol em toda Série D.
Aos 6 minutos, cobrança de escanteio de Albano pela direita e Rhuan, livre na segunda trave, deixou tudo igual: 1 a 1. Foi seu segundo gol com a camisa alvinegra – o primeiro foi em Nova Iguaçu.
A Inter foi para o tudo ou nada e passou a criar uma chance atrás da outra. Aos 14, Dheimisson segurou a finalização de bico de Rhuan. O goleiro do Maringá fez a defesa do acesso no fim, ao espalmar a conclusão de Rhuan na pequena área.
Cansada, a Inter ainda viu duas boas oportunidades do time paranaense. Na primeira delas, Maranhão fez fila na defesa leonina e bateu da entrada da área para a defesa segura de André Luiz. Depois, o camisa 99 tabelou com Negueba e disparou um tubaço para uma bela defesa do arqueiro leonino, espalmando para escanteio.
O árbitro Wilton Pereira Sampaio ainda deu seis minutos de acréscimos. A Inter tentou o último gás, mas insuficiente para a virada. Final, 1 a 1 e acesso do Maringá.
Demais
Além do Maringá, Anápolis/GO, Retrô/PE e Itabaiana/SE subiram para a Série C. O time goiano empatou com o Iguatu por 3 a 3, no Ceará, após 1 a 1, em Anápolis. Foram dois gols do gigante Gonzalo Fornari, ex-Inter de Limeira. Nos pênaltis, o Anápolis fez 5 a 4.
No Boca do Jacaré, em Brasília, o Brasiliense venceu o Retrô por 1 a 0. No jogo de ida o time pernambucano havia vencido pelo placar mínimo também. Nos pênaltis, o Retrô venceu por 3 a 2.
Para completar, o Itabaiana, do centroavante limeirense Gustavo Schutz, segurou o 0 a 0 diante do Treze, na Paraíba. No jogo de ida, o time sergipano havia vencido por 3 a 1. Agora as semifinais terão Retrô x Itabaiana e Anápolis/GO x Maringá.
Maringá 1 x 1 Internacional
Gols – Rodrigo aos 18 minutos do 1º tempo (MAR) e Rhuan aos 6 minutos do 2º tempo.
Local – Estádio Willie Davids, em Maringá.
Árbitro – Wilton Pereira Sampaio (GO)
VAR – Marco Aurélio Augusto Fazekas Ferreira (MG)
Maringá – Dheimison; Iago Santana, Tito, Max Miller e Léo Costa (Dereck); Rodrigo, Léo Ceará (Moraes), Negueba (Matheus Guilherme) e Robertinho; Julio Rodrigues (Lucas Black) e Maranhão. Técnico – Jorge Castillo.
Internacional – André Luiz; Diego Jussani, Alysson Dutra (Vinícius Amaral) e Eduardo Porto; Williams Bahia, Marlon (Lèo Lopes), Cesinha (Iba Ly), Rhuan e Leocovick (Kadu); Albano (Lucas Café) e João Vitor Maranhão. Técnico – Felipe Conceição.
Ocorrências – cartões amarelos para Eduardo Porto e Marlon (IN); Léo Ceará e Júlio Rodrigues (MAR).