O procurador da República aposentado, Carlos Fernando dos Santos Lima – ex-decano da força-tarefa da Operação Lava Jato – reagiu nesta quinta-feira, 13, a declarações do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na terça-feira, 11, o ministro declarou que provas colhidas ilegalmente podem ser usadas em processos, após ser indagado sobre reportagens publicadas no site The Intercept Brasil de supostas mensagens vazadas trocadas pelo ex-juiz federal Sergio Moro e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, procurador Deltan Dallagnol.
Indagado se eventuais provas colhidas ilegalmente poderiam ser anuladas, Gilmar respondeu: “Não necessariamente, porque se amanhã alguém tiver sido alvo de uma condenação, por exemplo, por assassinato e aí se descobriu por alguma prova ilegal que ele não é o autor do crime, se diz em geral que essa prova é válida”.
Carlos Fernando dos Santos Lima escreveu em seu Facebook. “Gilmar confunde ‘prova’ com notícia publicada sem qualquer verificação de autenticidade e declaradamente de origem criminosa.”
Em entrevista à revista Época, o ministro disse que Sergio Moro – atual ministro da Justiça – era “o chefe da Lava Jato” e o procurador Deltan Dallagnol, “um bobinho”.
As conversas supostamente mostrariam que Moro teria orientado investigações da Lava Jato por meio de mensagens trocadas no aplicativo Telegram. O site afirmou que recebeu de fonte anônima o material.