O governo dos Estados Unidos, sob comando de Donald Trump, elevou para 50% a tarifa de importação sobre o Brasil e declarou o país uma “ameaça incomum e extraordinária” à sua segurança nacional. A medida foi oficializada nesta quarta-feira (30) por meio de uma ordem executiva assinada pelo presidente americano.
A ordem executiva é amparada na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), de 1977, que permite aos EUA adotar sanções contra países considerados ameaças. O Brasil agora aparece ao lado de nações como Irã, Cuba e Venezuela nessa classificação.
Segundo o comunicado da Casa Branca, o governo brasileiro promove “perseguições e prisões politicamente motivadas”, citando ações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores. O texto ainda acusa o Brasil de violar liberdades individuais e afetar a política externa e a economia dos EUA.
Com a ordem, as tarifas de importação para produtos brasileiros sobem de 10% para 50%. A medida, segundo o governo Trump, visa responder às “ações imprudentes” do Brasil e proteger os interesses econômicos e políticos dos EUA.
O comunicado também aponta que, além da repressão interna, o Brasil teria pressionado empresas de mídia social americanas para censurar usuários e entregar dados, o que motivou críticas adicionais à condução da política digital brasileira.
Contexto envolve STF e redes sociais
Boa parte das críticas se concentra nas decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes, que nos últimos anos suspendeu plataformas como Rumble e X (antigo Twitter) por descumprimento de ordens judiciais no Brasil. As plataformas não apresentaram representantes legais no país, o que é exigido por lei.
As decisões fazem parte de investigações sobre os atos de 8 de janeiro de 2023 e a tentativa de golpe atribuída a Bolsonaro. Nos EUA, a nova ordem executiva reflete a linha adotada por Trump, que tem se alinhado ao discurso da extrema-direita brasileira.

