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Deputado pede apuração sobre curso da Unicamp destinado a militantes da Fundação Perseu Abramo

Foto: Thomaz Marostegan/Unicamp

O deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania-SP) solicitou, por meio de ofício, que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) determine a abertura de uma sindicância na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para apurar o oferecimento de um curso de extensão voltado à militância da Fundação Perseu Abramo — ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT).

A formação, intitulada “Desenvolvimento, Trabalho e Políticas Públicas”, é gratuita e realizada em parceria com o Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) da universidade. Segundo o edital, as vagas são direcionadas a militantes, candidatos e pessoas ligadas a partidos políticos, movimentos sociais e ao serviço público.

Para o deputado, o curso representa um uso indevido de recursos públicos e caracteriza uma ação de cunho político-partidário dentro de uma instituição de ensino superior mantida pelo Estado. Ele também oficiou o reitor da Unicamp, Paulo Cesar Montagner, solicitando esclarecimentos sobre os critérios de seleção dos participantes e a justificativa da parceria com a fundação.

Entre os pontos questionados está a exigência de um vídeo em que os candidatos apresentem sua trajetória profissional, sindical e política. “Como pode os candidatos serem selecionados com base em trajetória política e sindical?”, disse Zimbaldi, que classificou a iniciativa como “imoralidade administrativa”.

O primeiro curso foi concluído na semana passada, mas novas turmas estão previstas até 2029. A aula inaugural contou com a presença do presidente do IBGE, Marcio Pochmann, ex-presidente da Fundação Perseu Abramo. O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, também participou de uma das aulas.

A Fundação Perseu Abramo informou, por meio de seu site, que o curso é voltado à formação de quadros políticos, militantes e simpatizantes, prática comum em diferentes espectros ideológicos. Até o momento, a Unicamp não se manifestou publicamente sobre o pedido de sindicância ou sobre a natureza da parceria com a fundação.

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