Um menino, de 11 anos, ligou para a polícia e pediu ajuda para a família que passava fome em Santa Luzia, região Metropolitana de Belo Horizonte (MG).
A Polícia Militar de Minas Gerais recebeu o chamado pelo telefone nesta terça-feira (2) às 20h.
Polícia: “190, qual é sua emergência?”
Menino: “Seu policial, aqui… É porque aqui em casa não tem nada para a gente comer. Aqui, minha mãe só tem farinha e fubá para a gente viver.”
Polícia: “Sua mãe não trabalha, não?”
Menino: “Não.”
Polícia: “E nada para você comer então, desde cedo?”
Menino: “Não tem nada para comer, desde cedo.”
O pedido chamou a atenção dos policiais, que foram verificar o que estava acontecendo. O menino, chamado Miguel Barros, decidiu sozinho fazer a ligação, depois de ter visto a mãe chorar.
Célia Arquimino Barros, de 46 anos, mãe de Miguel e de outros cinco filhos, relatou aos policiais que os filhos estavam reclamando de fome e ela só tinha fubá e água na casa, que já vinham comendo há quatro dias.
A mulher cuida sozinha dos filhos, que têm entre 9 meses e 17 anos. Ela trabalhava como segurança civil, mas desde o começo da pandemia, não conseguiu mais emprego. A família sobrevive com o dinheiro de programas sociais.
Ao receber a ligação, a polícia chegou a pensar que se tratava de uma denúncia de abandono de incapaz ou de maus-tratos, mas, ao ver a situação da família, os policiais se uniram para ajudar.
Eles conseguiram uma cesta básica, para entregar para família. E após a repercussão da história, muitas pessoas têm ajudado a família de Miguel.