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Casos descartados de intoxicação por metanol em SP sobem para 47; estado reforça combate à falsificação de bebidas

Foto: Pablo Jacob /Governo de SP

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou nesta segunda-feira (6) que o número de casos descartados por contaminação por metanol subiu para 47. Ao todo, o estado registra 15 casos confirmados, dois deles com óbito, e 164 em investigação. Diante da gravidade da situação, o Governo de São Paulo anunciou novas medidas em parceria com o setor privado para combater a adulteração de bebidas alcoólicas.

O balanço divulgado no início da noite contabiliza 179 notificações relacionadas à possível intoxicação por metanol. Destas, 15 foram confirmadas, incluindo dois óbitos, ambos na capital paulista. Outros 164 casos seguem em investigação, entre eles seis mortes suspeitas ocorridas em São Paulo, São Bernardo do Campo e Cajuru.

Segundo a Secretaria da Saúde, a intoxicação por metanol pode causar cegueira irreversível e levar à morte. A substância costuma estar presente em bebidas adulteradas e produtos não próprios para consumo humano, como solventes e combustíveis.

A orientação das autoridades é para que a população evite bebidas de procedência duvidosa. Os sintomas de alerta incluem dores abdominais fortes, tontura, confusão mental e problemas visuais. O atendimento médico nas primeiras seis horas após o surgimento dos sintomas pode ser decisivo para evitar complicações graves.

Governo anuncia medidas em parceria com o setor de bebidas

Em resposta ao aumento de casos e denúncias, o Governo de São Paulo instituiu um gabinete de crise e anunciou uma série de ações conjuntas com o setor de bebidas alcoólicas. Entre as medidas previstas estão:

O governo também solicitou à Justiça a autorização para destruir estoques de bebidas apreendidas sem comprovação de origem, visando proteger o consumidor e enfraquecer o mercado clandestino.

A força-tarefa criada para fiscalizar distribuidoras e bares vistoriou 18 estabelecimentos e interditou 11 deles por irregularidades sanitárias. Entre os locais fechados estão comércios na capital, como Bebilar Distribuidora, Beco do Espeto e Torres Bar, além de pontos em Osasco, Barueri e São Bernardo do Campo.

A Secretaria da Fazenda e Planejamento também suspendeu preventivamente a inscrição estadual de seis distribuidoras e dois bares envolvidos em suspeitas de comercialização de bebidas falsificadas.

Desde o início do ano, já foram 60 mil garrafas apreendidas em ações de combate à falsificação no estado. Apenas na última semana, foram confiscados mais de 378 mil itens entre rótulos, lacres e garrafas adulteradas.

Na manhã desta segunda-feira (6), uma nova fase da Operação Última Dose foi deflagrada pela Polícia Civil. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Osasco, Americana, Sumaré e Poços de Caldas (MG). Na ação, foram apreendidas 3.050 garrafas de bebidas adulteradas, 316 mil rótulos falsificados e diversos insumos usados na falsificação.

Uma mulher foi indiciada e a polícia busca outros suspeitos já identificados. As investigações, iniciadas em junho, buscam desarticular uma organização criminosa que atuava na fabricação e distribuição de bebidas adulteradas em toda a Grande São Paulo.

Laudos já confirmaram a presença de metanol em pelo menos duas amostras analisadas. As informações estão sendo utilizadas para embasar os inquéritos em andamento.

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