A Câmara Municipal de Campinas aprovou nesta quarta-feira (29) o Plano Plurianual (PPA) 2026–2029, projeto que promete direcionar as políticas públicas do município pelos próximos quatro anos. Agora, o texto segue para sanção do prefeito Dário Saadi (Republicanos). Com diretrizes genéricas como Qualidade de Vida, Desenvolvimento Econômico e Sustentabilidade, o plano traz uma série de promessas bilionárias – que ainda precisam sair do papel.
Entre as metas anunciadas estão a construção de dez escolas em tempo integral, duas novas unidades de Pronto-Atendimento, regularização fundiária em mais de 30 bairros e a implantação de nove parques lineares. Só em obras de saneamento, a Prefeitura promete investir R$ 1,5 bilhão. O desafio, no entanto, será cumprir esse planejamento — algo que a população de Campinas historicamente cobra com ceticismo.
“O PPA é uma ferramenta de gestão importante, mas não garante execução. É preciso cobrar para que as promessas não fiquem no papel”, diz um morador ouvido durante consulta pública, que recebeu 2,9 mil sugestões — maioria delas voltadas à saúde, transporte e educação.
Mesmo com a consulta popular, o distanciamento entre planejamento e realidade continua sendo motivo de críticas. Na prática, a população quer ver menos discursos e mais obras entregues. As áreas mais mencionadas pela população nas contribuições foram:
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Saúde: 306 sugestões
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Cultura e Turismo: 260
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Transporte: 257
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Meio Ambiente: 238
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Educação: 217
Investimentos anunciados no papel
Confira alguns dos investimentos destacados:
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Saúde: duas novas UPAs e ampliação da Rede Mário Gatti
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Educação: R$ 523,8 milhões para novas escolas e creches
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Habitação: programas populares e regularização em 30 bairros
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Sustentabilidade: R$ 658 milhões em drenagem e R$ 61,6 milhões em parques
Apesar dos números grandiosos, a execução depende do orçamento futuro e da prioridade que o governo dará a cada item. O histórico de planos anteriores é marcado por cortes, atrasos e metas não cumpridas.

