Uma operação da Polícia Civil de São Paulo desarticulou nesta terça-feira (21) um núcleo do Primeiro Comando da Capital (PCC) responsável por fiscalizar e registrar a movimentação financeira de ao menos 84 pontos de venda de drogas na Grande São Paulo. Dos 17 presos, dez atuavam como “auditores”, alimentando planilhas com lucros e perdas de cada ponto, além de redistribuírem estoques entre as “lojas”, como os locais de venda eram chamados internamente. Em apenas um ponto, o lucro semanal chegava a R$ 700 mil.
Segundo a Polícia Civil, os investigados faziam parte de uma célula com funções claramente administrativas dentro do PCC. Os chamados “auditores” controlavam o fluxo de caixa do tráfico, registravam apreensões em operações policiais e monitoravam perdas. A movimentação financeira registrada revela um nível de profissionalização inédito na contabilidade do crime.
Câmeras eram utilizadas para vigiar os locais de venda, e celulares apreendidos revelaram trocas de mensagens com detalhes das operações, incluindo negociações de drogas, transferências entre pontos e balanços financeiros semanais.
38 mandados de prisão e celulares com provas contábeis
Foram expedidos 38 mandados de prisão preventiva. Até o momento, 14 foram cumpridos. Outros três suspeitos foram detidos em flagrante, somando 17 presos. Do total, 18 mandados eram direcionados a auditores da facção — dez deles já foram localizados e presos.
Nos celulares apreendidos, a Polícia encontrou conversas e planilhas que detalham o funcionamento da estrutura financeira da organização. Alguns dos suspeitos também atuavam em outras funções administrativas da facção.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nas redes sociais que a operação revelou “diálogos cabulosos” entre integrantes da facção, que mostram como o esquema era operado com alto grau de organização.
A operação, batizada de “Operação Auditoria”, contou com a participação de dezenas de policiais civis e foi coordenada por dez delegados, incluindo o responsável pela 8ª Cerco, Guilherme Leonel.