O declínio nos números da vacinação infantil preocupa autoridades e profissionais de Saúde no Brasil. Há pelo menos sete anos as metas de vacinação não têm sido atingidas no país. Isso gera temores, como a volta da poliomielite – também conhecida como paralisia infantil.
A avaliação é da médica infectologista Dra. Silvia Fonseca, do Sistema Hapvida. O registro de um caso de poliomielite nos Estados Unidos, na segunda quinzena de julho, ampliou o alerta. A doença é conhecida popularmente como paralisia infantil.
“No mundo, estão pipocando casos tanto de vírus selvagem como de vírus vacinal, que, se ocorre em uma pessoa não vacinada, pode dar paralisia. O Brasil tem tido problemas em vacinar 90% das crianças até 1 ano de idade, que é a meta das campanhas. O cenário é preocupante”, afirma a médica.
As causas da baixa procura passam pela desinformação e a falsa sensação de que doenças evitáveis por vacinas já acabaram. Até algumas décadas atrás, a paralisia gerada pela poliomielite era notada em pessoas com dificuldades nos movimentos, obrigando ao uso de muletas – por exemplo.
Também há fatores socioeconômicos. A desnutrição e a pobreza influenciam no cenário. “No Brasil, as vacinas são gratuitas e podem ser encontradas nas unidades de saúde. Precisamos ampliar a imunização”, defende a Dra. Silvia.
Maior declínio da imunização no mundo
Estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Unicef, publicado no final de julho, aponta que o mundo passa pelo maior declínio de vacinação infantil nos últimos 30 anos. A baixa cobertura de imunização se mostra mais prejudicial para crianças.
A lista de doenças inclui varicela, sarampo, caxumba, rubéola, coqueluche, febre amarela e tuberculose. Já a poliomielite afeta comumente crianças menores de 5 anos. Altamente contagioso, o vírus ataca o sistema nervoso e pode levar à paralisia dos membros.
A transmissão ocorre por contato entre pessoas, por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes. Também pode ser transmitida por meio de gotículas de secreções, comuns quando falamos ou espirramos. Há registro de casos em que o vírus se originou de uma pessoa que não tinha sintomas da doença.
Esses sintomas são semelhantes aos da gripe, como dor de garganta, febre, cansaço, náusea e dor de cabeça. Em casos graves, gera a morte do paciente em poucas horas, pois dificulta a respiração. “Procurar atendimento rapidamente é fundamental”, completa Dra. Silvia.