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Zoonoses alerta sobre proliferação do caracol africano em Piracicaba

FOTO: Prefeitura de Piracicaba

O excesso de umidade causado pelas chuvas desta época do ano, somado ao calor típico do verão, favorece a proliferação dos caracóis africanos em diversas áreas da cidade. O alerta é feito pela Secretaria de Saúde, por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). O ecólogo e coordenador do PMCA (Plano Municipal de Combate ao Aedes), Sebastião Amaral Campos, o Tom, lembra que este tipo animal é uma espécie exótica, vinda da África, no início dos anos 1980, com finalidade comercial, para ser utilizado na culinária em substituição ao escargot. A iniciativa não deu certo e a criação foi abandonada e hoje é considerada uma praga.

“Seu nome científico é Achatina fulica, é um molusco terrestre (caracol) comum na estação chuvosa. Adaptou-se ao ambiente urbano, sendo muito fácil encontrá-lo nas cidades, principalmente em locais próximos a córregos, lagos e rios. Também ocorre em áreas verdes e quintais com presença de sombreamento, árvores frutíferas e hortaliças. É normal encontrá-los em muros, árvores e paredes, após a chuva”, destaca Tom.

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Conforme explica Márcio José Sérgio Ermida, biólogo e orientador pedagógico do CCZ, o caracol africano é hermafrodita, ou seja, possui os dois sexos, portanto, produzem ovos o ano todo. “Alguns indivíduos podem ser portadores de parasitas capazes de trazer complicações para a saúde humana. No Brasil, muito raramente há relatos de casos de doenças transmitidas pelos caracóis africanos, mas em seu país de origem são muito frequentes”, disse.

 

ORIENTAÇÕES

Os técnicos do CCZ alertam para alguns cuidados importantes, entre eles, o mais importante é o de jamais consumir carne de caracol africano. “Além disso, evitar contato com suas secreções é fundamental para evitar possível contaminação. Caso haja contato, lavar bem as mãos com água e sabão”, afirma Tom.

Márcio Ermida reforça: “Para limpeza de quintais com a presença do caracol, é muito importante a utilização de luvas. Para eliminá-los, basta quebrar suas conchas e colocar em sacos de lixo. Se o caracol tiver contato com verduras e frutas, é fundamental lavar bem os mesmos e, se possível, colocar uma colher de chá de água sanitária em um litro de água e deixar de 15 a 30 minutos antes de consumir estes alimentos”.

Tom lembra que a concha do animal também pode, após sua morte, acumular água e se transformar num foco de criação do mosquito da dengue. Ele alerta que, para evitar esses problemas, o controle desse caracol deve ser feito com a catação manual periódica dos animais e sua posterior eliminação.

Para solicitar a orientação sobre os caracóis, o CCZ disponibiliza serviço de teleatendimento pelo número (19) 3427-3351 ou também pelo SIP 156.

Cuidados no recolhimento e descarte dos animais

– Para realizar a catação, as mãos devem estar protegidas com luvas ou sacos plásticos para evitar o contato com o animal;

– Os caramujos recolhidos devem ser esmagados, cobertos com cal virgem e enterrados;

– Recolher também os ovos, que ficam semi-enterrados e proceder da mesma forma usada para os animais coletados;

– Os caramujos e ovos recolhidos também podem ser mortos com solução de cloro, três partes iguais de água para uma de cloro, mas devem ser deixados totalmente cobertos por essa solução durante 24hs, antes de serem descartados;

– O material ensacado também pode ser descartado em lixo comum, mas é preciso quebrar as conchas para que elas não acumulem água, tornando-se possíveis focos para reprodução de mosquitos.

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