Não poderia iniciar um texto falando sobre a volta às aulas, sem começar citando Rubem Alves, um mestre incrível: “Para isso existem as escolas: não para ensinar as respostas, mas para ensinar as perguntas. As respostas nos permitem andar sobre a terra firme. Mas somente as perguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido. ”
Áh, a escola, não importa a idade da criança ou do jovem, ela sempre será um local para descobertas, sempre será um local para muitas amizades e interação, aquele friozinho na barriga antes do primeiro dia de aula é normal, bem como a empolgação e inquietação da primeira semana.
É comum que eles fiquem agitados, inquietos, ansiosos no dia que antecede à volta às aulas. Renata Sguissardi Rosa afirma que “É normal as crianças se sentirem inseguras, mas por outro lado elas também estão empolgadas e felizes com a possibilidade de rever os colegas e professores que fazem parte do dia a dia escolar.”
Vale à pena lembrarmos que, como nas férias, normalmente existe um ‘relaxamento’ da rotina, um ‘afrouxamento’ das cobranças, acorda-se mais tarde, quase não se lê nada, os cadernos ficam mesmo ‘de lado’, dorme-se mais tarde e etc, no retorno, o papel da família é fundamental para que os filhos/estudantes retomem o ritmo, compreendam a importância de estarem disciplinados e focados, de estudarem, de se dedicarem.
Como pontua sabiamente Paulo Freire: “O diálogo cria base para colaboração. ”, e neste momento é preciso que exista um diálogo aberto entre pais e filhos sobre o retorno à escola, a retomada das atividades acadêmicas, o que se espera de cada um, nesta etapa, para que exista o entendimento, a negociação e no final, para que possa haver a colaboração de ambos para que este momento seja o mais harmônico possível.
Além do diálogo, alimentação leve e balanceada, noites bem dormidas e a prática de uma atividade física podem ajudar não apenas o retorno às aulas, como a aquisição de hábitos saudáveis que colaborem com a melhora do desempenho acadêmico e da interação entre as crianças. É importante que os pais possam ajudar seus filhos na delimitação de uma rotina saudável de estudos, que possibilite uma revisão dos conteúdos ministrados em sala de aula, o encontro de dúvidas que podem ter ficado, a realização das atividades encaminhadas pelos professores para serem realizadas em casa, além disso, esta rotina deve englobar descanso, atividades extra-curriculares, momentos de diversão (clube, vídeo game, sair com os amigos, etc).
Encerro com um convite à reflexão: “Nenhum projeto é viável se não começa a construir-se desde já: o futuro será o que começamos a fazer dele no presente. ” Içami Tiba