O limeirense Adenilson Jr viveu uma situação bastante inusitada no Campeonato Brasileiro da Série D deste ano. O jogador subiu com o São Bernardo para a Série C e, consequentemente ajudou a Internacional, seu time de coração, a herdar uma vaga na Série D de 2023. O Leão só conseguiria essa vaga se o Bernô subisse e foi o que realmente aconteceu.
Passando férias em Limeira, Adenilson Jr avaliou como positiva a sua temporada. No primeiro semestre, defendeu o XV de Piracicaba na Série A-2 do Campeonato Paulista. O Nho Quim foi eliminado nas semifinais pelo São Bento e não conseguiu o acesso. Foram duas derrotas, a última de goleada no Barão da Serra Negra.
Em seguida, o volante assinou com o São Bernardo e conquistou mais um acesso em sua carreira. O time do ABC avançou em primeiro lugar na fase de classificação, ficou 11 jogos sem tomar gol (recorde do goleiro Alex) e depois eliminou Azuriz/PR, Bahia de Feira/BA e Tocantinópolis/TO para subir.
O Bernô só não disputará a final contra o Pouso Alegre porque foi eliminado nas semifinais pelo América/RN, perdendo por 2 a 0, na Arena das Dunas, em Natal e por 1 a 0, no Primeiro de Maio. “Claro que a gente almejava a final, mas o importante é que nosso objetivo foi cumprido, que foi o acesso”, destacou.
Adenilson Jr contou que no mata-mata que valia o acesso do seu time e a vaga para a Internacional, muitos leoninos mandaram mensagens lhe desejando boa sorte. “Tive pressão até dos meus pais que são leoninos. Entrei em campo pelo São Bernardo e pela Inter. Queria muito esse acesso, tanto para meu currículo em particular, quando para a Inter, que é o time da minha cidade. Graças a Deus conseguimos. Fiquei duplamente feliz”, contou.
O contrato de Adenilson Jr está vencendo no São Bernardo e ele ainda não sabe se renovará para 2023. “O futuro a Deus pertence. Estou em uma equipe bem estruturada, que paga em dia. Claro, que seria importante dar prosseguimento a esse trabalho, mas não acertei nada ainda”, contou.
O limeirense, revelado pelo técnico Jabuti na Escolinha do Paulistano e hoje com 28 anos, disse também que gostaria de um dia poder vestir a camisa da Internacional. “Minha esposa está grávida do nosso filho José. Jogar um Paulistão pela Inter seria um sonho. Estaria na minha casa, ao lado da minha família e defendendo o time de coração. Quem sabe. Falta só um convite”, comentou.
Ao longo de sua carreira, Adenilson Jr colecionou acessos e olha que não jogou fora do país. Na base, foi campeão gaúcho com o Juventude e subiu para o profissional graças ao técnico Lisca Doido, que viu potencial no jogador.
Aliás, uma de suas frustrações foi ser eliminado pelo Corinthians na Copa São Paulo de Juniores de 2014, no Limeirão. “Minha família estava toda no estádio. Até minha avó compareceu. Foi o único jogo que ela foi. Aquele dia foi bem triste”, lembrou. O Timão, de Osmar Loss, goleou por 7 a 1.
No Bragantino, antes de se transformar em Red Bull, Adenilson Jr atuou em quase 100 partidas. Ajudou o time de Bragança Paulista a subir da Série A-2 para a A-1 no Campeonato Paulista e do Brasileiro da C para B, com uma vitória em cima do Náutico, em Recife.
Para Adenilson, o acesso no Paulista de 2017 foi o mais emocionante de sua carreira. “O Bragantino perdeu para o Água Santa por 1 a 0, no tempo normal, em Diadema e depois, vencemos nos pênaltis por 5 a 4. Aquele dia foi bravo. Não foi fácil”, frisou.
A saga de acessos do limeirense seguiu no Novorizontino. Em 2021, com a vitória sobre o Manaus por 2 a 0, em Novo Horizonte, o time paulista subiu para a Série C do Campeonato Brasileiro. Detalhe: neste acesso, curiosamente Adenilson Jr também ajudou a Inter, que herdou uma vaga na Série D.
Por outro lado, o volante da terrinha lamenta demais ter sido rebaixado com o Criciúma no Campeonato Catarinense de 2021 ao perder para o rival Avaí por 1 a 0, no Heriberto Hulse. “Sabe quando nada dá certo? Então, assim foi a nossa campanha no Criciúma”, lamentou.
Bastante religioso e com os pés no chão, Adenilson Jr quer curtir um pouco da família em Limeira e rever os amigos. Ele contou que o Brasileiro da Série D foi bastante desgastante e que precisa descansar pelo menos um mês até pensar na próxima temporada.
“As viagens foram longas e cansativas. Ainda bem que tivemos o coach Ricardo Borin, que nos preparou mentalmente para essa maratona. Foi um trabalho de excelência que ele fez com a gente. Parte do acesso credito a ele”, completou.