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‘Você vai engolir sua provocação com Coca-Cola’, disse Maduro a jornalista

A rede de TV americana em espanhol Univision informou nesta quinta-feira, 30, ter conseguido obter uma cópia da entrevista que o jornalista da emissora Jorge Ramos fez com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro – confiscada depois que o chavista se irritou com uma pergunta e interrompeu a conversa em Caracas.

“Você veio me provocar? Você vai engolir sua provocação. Vai engolir tua provocação com Coca-Cola”, disse Maduro a Ramos em um trecho da entrevista que foi ao ar nesta quinta. A íntegra da conversa, que durou 17 minutos, será exibida no domingo, dia 2 de junho.

Maduro se irritou quando o jornalista lhe entregou uma lista com os nomes de 400 dos 989 presos políticos que as organizações não governamentais contabilizam na Venezuela.

Depois que a entrevista foi interrompida, o ministro das Comunicações da Venezuela, Jorge Rodríguez, confiscou todos os equipamentos da equipe. O grupo de seis jornalistas da emissora ficou retido no Palácio de Miraflores por cerca de duas horas e meia antes de deixar o país.

A Univision anunciou que vai veicular a entrevista, realizada no dia 25 de fevereiro, como uma maneira de desafiar a “censura extrema do regime” de Maduro. A emissora explicou que, desde então, vinha tentando recuperar o vídeo. O presidente da Univision, Daniel Coronell, explicou que tentou de tudo, incluindo contato com funcionários de alto escalão do regime e diplomatas de diferentes países, que tentaram ajudar.

“Foi quando fontes confidenciais ofereceram um plano para recuperar a entrevista. Trabalhamos com eles e colocamos toda nossa energia nesse plano, uma decisão que levou a esse resultado positivo”, informou, em entrevista à Forbes.

Jorge Ramos já teve problema com outro presidente, o americano Donald Trump, que o expulsou de uma entrevista coletiva. Em agosto de 2015, quando ainda era pré-candidato à Casa Branca, Trump se irritou quando o jornalista abordou seu plano para expulsar 11 milhões de imigrantes que vivem ilegalmente nos EUA. Foi quando o republicano sinalizou para um de seus seguranças retirá-lo da sala. (Com agências internacionais).

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