Ícone do site Rápido no Ar

Valor da cesta básica aumenta e compromete mais da metade do salário mínimo

Foto: Agência Brasil / Divulgação

O custo da cesta básica nacional teve um aumento exponencial no acumulado dos últimos 12 meses, comprometendo mais de meio salário mínimo em boa parte do país. 12 dos 13 itens que compõe a cesta ficaram mais caros nos últimos meses.

Dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, apontam que o toma está sendo vendido atualmente por um valor 117% mais alto do que em abril de 2021.

Além disso, os dados mostram que a inflação de abril foi 1,73% a maior para o mês desde 1995 e a maior variação mensal do indicador desde fevereiro de 2003, quando alcançou 2,19%.

O grupo de alimentos e bebidas foi o que teve a maior alta de preços nos 12 meses até abril. Cinco itens considerados básicos para a sobrevivência, estão entre os 50 maiores aumentos.

Em São Paulo, o custo da cesta básica é o mais caro, o valor chega a R$ 761,19. O valor da cesta básica muda em cada estado do Brasil, entretanto, o preço corresponde a mais de meio salário mínimo em 11 das 17 capitais analisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Em Aracaju, capital que tem o menor valor da cesta, ela ainda representa 43% do salário mínimo, custando R$ 524,99.

Patrícia Campos, supervisora da área de preços do Dieese, explica que a alta dos preços sobre itens da cesta básica diminui o poder de compra dos brasileiros e faz com que as famílias gastem boa parte de suas rendas apenas com alimentação.

A alta dos preços ainda acontece em um momento em que muitos brasileiros perderam o emprego durante a pandemia. “Temos uma economia que não cresceu, mercado de trabalho precarizado e renda das famílias caindo. Nesse contexto, o aumento dos bens básicos é extremamente perverso”, diz Campos.

Entre todos os itens que compõe a cesta, apenas o arroz teve redução do valor no último ano. Entretanto, segundo a analista, essa queda aponta que as famílias não estão conseguindo mais comprar arroz, pois tiveram que diminuir a quantidade de refeições por dia.

“Impacta as famílias de baixa renda, que estão até dormindo mais cedo para pular uma refeição. Se pensarmos que uma pessoa que ganha R$ 1.212 (o mínimo) gasta R$ 700 para comprar a cesta, R$ 150 para luz e R$ 150 para gás, não sobra nada”, avalia.

teste
Sair da versão mobile