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Uso do cigarro eletrônico pelas celebridades gera alerta

Médico João Carlos Almeida, pneumologista do Sistema Hapvida. Foto: Divulgação / Hapvida

Celebridades do mundo do entretenimento comumente são fotografadas utilizando cigarros eletrônicos. O consumo não se restringe às faixas etárias. O astro do cinema Samuel L. Jackson, de 74 anos, e a cantora Kate Perry, de 38 anos, já apareceram em sites de notícias fazendo uso do dispositivo.

Esse tipo de cigarro, conhecido como vape, não possui combustão nem alcatrão, mas seu consumo preocupa especialistas. O uso tem avançado, principalmente, entre os mais jovens.

O médico João Carlos Almeida, pneumologista do Sistema Hapvida em Limeira, faz um alerta: doenças respiratórias, coração, cérebro e gengiva são registradas entre usuários.

“Os cigarros eletrônicos aquecem a nicotina e outras substâncias químicas, para criar um aerossol que o usuário inala. O cigarro comum contém cerca de sete mil substâncias químicas, muitas delas tóxicas. No cigarro eletrônico, ainda não sabemos exatamente quais substâncias estão presentes”, conta.

O fato de o vape expor a pessoa a menos substâncias que o cigarro tradicional ainda é incerto. “Há relatos de surtos de lesões pulmonares e mortes associadas com o uso do cigarro eletrônico. Em fevereiro de 2020, o CDC americano, que é o equivalente a nossa Anvisa, confirmou 2.807 casos de doença pulmonar associada ao uso do cigarro eletrônico e 68 mortes atribuídas a ele”, conta o médico.

Doenças e mortes foram mais frequentes entre pessoas que modificaram o dispositivo ou inalaram produtos contendo THC (tetrahidrocanabinol), o principal componente da planta da maconha, sendo responsável por seus efeitos alucinógenos.

Efeitos da nicotina

Foto: Pexels

“As pesquisas sugerem que o uso do cigarro eletrônico tem sido ligado à doenças pulmonares, cardíacas, cerebrais e gengivais. A nicotina é altamente capaz de causar dependência, eleva a pressão sanguínea e libera adrenalina que aumenta a frequência cardíaca e a probabilidade de um ataque cardíaco. A exposição a toda uma gama de substâncias químicas, em parte ainda desconhecidas, provavelmente, não é segura”, diz o pneumologista.

O vape causa tanta dependência quanto o cigarro comum, pois ambos contêm nicotina. Migrar do cigarro comum para o vape, como forma de parar de fumar, também não ajuda. Estudos mostram que a maioria das pessoas acaba usando os dois tipos. “Para quem deseja deixar de fumar, há estratégias eficientes que incluem suporte psicológico e medicamentos e que visam reduzir os sintomas de abstinência, o que pode ser obtido através de profissional médico”, relata.

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