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Unicamp integra projeto pioneiro de terapia genética contra o câncer

Thomaz Marostegan/Unicamp

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), por meio do Hospital de Clínicas e do Hemocentro, integra um projeto pioneiro no Brasil de terapia genética contra o câncer que usa células de defesa dos próprios pacientes.

Conhecida como CAR-T Cell, a terapia tem o potencial de tratar pessoas em estágios considerados irreversíveis. Carmino de Souza, professor titular de hematologia e hemoterapia da Unicamp, define a nova terapia como uma “fronteira científica absolutamente nova”.

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Segundo o professor o tratamento eventualmente pode ser usado para doenças genéticas. “Eu me sinto como na época que a gente estava começando o transplante de medula óssea na década de 80”, diz Souza.

Nesta terça-feira (14), o governo estadual anunciou um programa que promete a produção da terapia genética em larga escala. Duas fábricas funcionarão para o desenvolvimento do projeto, uma na capital no Instituto Butantan, e outra em Ribeirão Preto (SP), prevista para ser inaugurada na próxima semana na USP.

Além da Unicamp, os campi da USP de São Paulo e de Ribeirão também fazem parte do programa.

De acordo com Carmino de Souza, as duas fábricas farão a modificação das células conhecidas como células T, que compõe o sistema imunológico. Tal alteração permite que as células combatam o câncer específico do paciente.

“Os primeiros alvos dessa terapia são pacientes com doenças muito avançadas. Em geral, pacientes que não têm nenhuma possibilidade válida de tratamento e, principalmente neste primeiro momento, estamos trabalhando com linfomas agressivos e leucemia aguda linfoblástica”, explica o Carmino, que também é secretário executivo da Secretaria Extraordinária de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do estado.

Um diferencial do método é que não há necessidade, como em transplantes de medula, de encontrar doadores, uma vez que o paciente é doador dele mesmo.

Até o momento, sete pacientes passaram pela terapêutica, sendo todos da capital ou de Ribeirão Preto. De acordo com Carmino, é questão de tempo para o programa ter pacientes de Campinas.

O custo da terapia genética é de cerca de 1 milhão de dólares por paciente, afirma o professor. Já as fábricas responsáveis pela modificação celular exigem R$ 50 milhões de custeio cada uma.

Apesar do custo alto por paciente, ainda há muito o que ser decidido pelo governo estadual e federal, entretanto, o projeto visa oferecer o tratamento para o sistema público.

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