Seis pessoas foram condenadas em julgamento realizado pelo Tribunal do Júri de Limeira, por envolvimento na morte de Maiara Fernanda da Silva Valério, de 24 anos. O crime ocorreu em setembro de 2022 e, segundo o Ministério Público, foi executado sob ordem de uma facção criminosa, que suspeitava que a vítima estivesse colaborando com forças policiais.
A jovem teria sido alvo de um “tribunal do crime” promovido por integrantes do grupo. Conforme os autos, ela foi sequestrada, mantida em cárcere e executada meses depois, após o nascimento do filho. O caso é tratado como uma das ações mais violentas do chamado “tribunal do crime” na cidade.
Dos sete acusados inicialmente apontados como envolvidos, seis foram julgados. Um deles teve o processo suspenso por decisão judicial. As penas variam conforme o nível de envolvimento nos crimes e os antecedentes criminais de cada um. As sentenças incluem crimes como homicídio qualificado, cárcere privado, ocultação de cadáver e participação em organização criminosa.
As condenações ficaram assim definidas:
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Um dos réus recebeu 32 anos e 7 meses de prisão;
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Dois foram sentenciados a 24 anos e 8 meses cada;
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Outro teve pena de 25 anos e 4 meses;
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Os dois restantes foram condenados apenas pela ligação com a facção e pegaram penas de 4 anos e 8 meses e 4 anos e 9 meses.
Todos os réus seguirão presos, sem direito de recorrer em liberdade.
Carta encontrada pela polícia revelou plano de execução
Durante a investigação, que se estendeu entre 2022 e 2023, os investigadores localizaram uma carta atribuída aos criminosos, revelando detalhes da decisão de executar Maiara. No documento, constava que ela havia sido “poupada” de uma primeira tentativa de execução por estar grávida, mas que sua morte estava decretada para depois do parto.
Uma das vítimas sequestradas junto com ela prestou depoimento, afirmando que também foi mantida em cárcere por causa de sua amizade com Maiara. O grupo chegou a transferir as vítimas entre Mogi Guaçu, Limeira e Capivari, onde ocorriam os interrogatórios.
Na sentença que levou o caso ao júri, o juiz Rafael da Cruz Gouveia Linardi, da 3ª Vara Criminal de Limeira, destacou que os elementos reunidos, apesar de não reconstituírem todos os detalhes, formam um conjunto consistente de provas e indícios contra os acusados.

