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Trabalho do IC concorre a prêmio internacional em pesquisa genética criminal

Um trabalho desenvolvido pelos peritos do Instituto de Criminalística de São Paulo foi selecionado entre 17 casos mais relevantes do mundo no uso de pesquisas genéticas para a solução de crimes e vai concorrer ao prêmio DNA Hit of the Year 2020. O vencedor será anunciado em junho pela consultoria Gordon Thomas Honeywell, uma das principais referências internacionais em políticas e legislação de DNA forense e que desde 2017 premia as melhores práticas utilizadas para solucionar e prevenir crimes a partir de banco de dados de DNA.

Também concorrem ao prêmio outros dois casos registrados no Brasil – um pela Polícia Federal e outro pela polícia de Goiás – e de países como Estados Unidos, China, Inglaterra, França, Israel e Alemanha. Todos foram reconhecidos pelos trabalhos de investigação científica e criminal que garantiram justiça para as vítimas.

No caso paulista, os peritos do IC solucionaram sete crimes de estupro cometidos por uma mesma pessoa entre 2012 e 2016 na cidade de São Paulo e inocentaram um homem preso injustamente por três deles. O resultado foi apresentado em novembro de 2019.

Para chegar ao autor, os agentes cruzaram perfis genéticos do banco de dados de DNA coletado nos presídios do estado com amostras encontradas nas vítimas. O laudo revelou que um detento da penitenciária de Iaras, no Interior de São Paulo, já condenado por um dos estupros, era o autor dos outros seis.

Para o diretor do Núcleo de Biologia do IC, Alexandre Learth, a indicação ao prêmio representa uma motivação a mais para todos os peritos e mostra a importância dos investimentos em pesquisa genética na área criminal. “É extremamente gratificante ver que nosso trabalho está rendendo frutos e solucionando casos. Essa tecnologia está em constante evolução e nos coloca um passo à frente nas investigações”, afirma.

Ainda de acordo com Learth, o banco de dados de São Paulo já tem cadastrados todos os condenados por crimes sexuais no estado e vai continuar avançando. “São cerca de 10 mil perfis de criminosos inseridos no sistema e que podem ser utilizados em outras apurações. É um trabalho desafiador e complexo, mas que apresenta resultados bastante satisfatórios”, completa.

Sobre o caso indicado ao prêmio internacional, o diretor ressalta que além de revelar o autor de sete crimes, a atuação do Núcleo de Biologia inocentou uma pessoa acusada injustamente. “Todos os peritos ficam satisfeitos quando comprovam a ação criminosa de alguém, mas corrigir uma falsa imputação também é muito recompensador”, conclui.

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