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Sobre amar, fracassar e vencer

Durante estes dias me peguei refletindo muito sobre fracassar ou vencer! Buscamos sempre acertarmos e sermos bem-sucedidos em nossas ações e em nossos planos. Buscamos desempenhar nossas funções da melhor forma possível e acertar sempre. Traçamos metas e planos e fazemos de tudo para alcança-las e queremos chegar lá, de primeira!

Absolutamente utópico, embora este seja o objetivo da maior parte de nós. Quem é que quer problemas para resolver? Quem é que quer dizer: falhei ou errei?

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Esses dias assistindo a uma entrevista de Mário Sérgio Cortella, ele citou uma frase de Darcy Ribeiro, que dizia, mais ou menos assim: “Fracassei em tudo o que tentei na vida. Mas os fracassos são minhas vitórias(…) Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.”, a frase me chamou muita atenção! Os fracassos sendo as maiores vitórias de alguém! E detestar estar no lugar de quem obteve o sucesso e saiu-se vencedor. Como pode?

Áh pode sim!!! Nossos fracassos são nossos ‘estágios práticos’ em resiliência! A resiliência é a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas. Desenvolvermos a resiliência é fundamental para podermos encarar a vida, para podermos lidar com as dificuldades do dia-a-dia, para podermos nos reerguer dos tombos que levamos. Às vezes tais tombos podem ser tão grandes e inesperados, que podemos pensar que não iremos conseguir superar tudo!

Calma! Veio o tombo? Antes de mais nada: chore, se preciso for, fique triste, dê um tempo para si, respire e não se culpe! Encontre seus erros, onde você ‘escorregou’. Livre-se dos ‘juízes de plantão’, aqueles sempre prontos a lhe apontar o dedo, a lhe fornecer uma indireta a lhe dar uma lição! Eles em nada auxiliam! Causam dor e tristeza! Pe. Fábio de Melo, em sua sabedoria nos diz para tomarmos “cuidado com as vozes que insistem em nos recordar os nossos defeitos… elas costumam prejudicar nossa visão sobre nós mesmos.”.

Sabido, né? Claro que erramos, claro que temos defeitos, claro que temos a parcela de responsabilidade por nossos escorregões e tombos, mas claro que temos nossas qualidades, claro que buscamos acertar, claro que tivemos fatos inesperados que nos ajudaram a cair… mas podemos nos levantar, podemos resolver os problemas e sairmos fortalecidos deles. É preciso serenidade, é preciso calma, é preciso paz e tranquilidade e é preciso estarmos cercados de amor. Içami Tiba nos diz que ‘a vida não é rigorosa, ela propicia erros e acertos. Os erros podem ser transformados em acertos quando com eles se aprende. Não existe a segurança do acerto eterno.’. Graças a Deus, né Tiba? Não precisamos acertar sempre e nem mesmo devemos! Errar é preciso!
Mas já que errar é preciso, errar é inerente ao ser humano, errar é um fato, que estejamos cercados por aqueles que nos amam e nos querem bem, que nos olham com misericórdia e com carinho, que são empáticos e nos dão a mão, não para resolver por nós os problemas, mas sim, para nos ajudarmos a nos apoiar, a nos colocar em pé, a ficarmos firmes e caminharmos devagar em direção aos acertos, a nos livrarmos da dor.

Como diz o queridíssimo e saudoso mestre Rubem Alves: “Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.”.

Este texto é para você que pode estar vivenciando uma situação difícil, um grande tombo, pode ter cometido um erro, pode estar vendo-se sem saída. Lembre-se: você pode errar, você pode aprender com seu erro, você irá superá-lo (Isso também vai passar, dizia uma professora querida da Faculdade), você estará mais forte e agindo melhor depois de seu erro/escorregão. Mas para tanto: tenha calma, não se maltrate, seja racional: olhe para o problema de frente, trace metas para resolvê-lo e siga em frente. Mas esteja cercado de quem gosta de você, de quem lhe quer bem, de quem não lhe aponta o dedo. Esteja cercado de pessoas empáticas e que lhe ofereçam a mão, apoio, acolhida!

Encerro com a reflexão de Simon Bolívar: “A arte de vencer se aprende

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