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Sobre a importância de cuidar de nosso emocional

Inicio meu texto com uma afirmação impactante de Carl Jung, um dos maiores nomes da Psicologia: “Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta.”.

Estamos em 2018 e ainda somos surpreendidos por frases como: “Nossa, Psicólogo não, nunca! Não estou louco!”. Sempre que escuto isso penso: “Será que é sério ou é uma brincadeirinha mesmo?”, mas infelizmente, em grande parte das vezes, é real. Em 2018 ainda achamos que o Psicólogo é o sujeito que cuida de doido, no sentido mais pejorativo possível da frase.

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E, desta forma, continuamos golpeados e nocauteados pelas dificuldades que a vida nos apresenta, perdendo o controle emocional, nos desesperando diante das adversidades, batendo a cabeça em erros corriqueiros, rodando em círculos, perdidos em nossas ações, em nossos erros (recorrentes) e em nosso despreparo emocional.

Desde o início da Copa do Mundo, escutamos: “Nossa o Neymar não vem bem, está completamente despreparado.”, “Nossa, o William está completamente perdido e não se encontrou ainda nesta copa.”, “Áh, o Marcelo não está fazendo nada.”, dentre outras afirmações, que apesar de ruins para nós, brasileiros, ouvirmos, são verdadeiras. Escutamos e lemos: “O Brasil não conseguiu se unir enquanto seleção.”, “Eles não estão jogando de forma coesa.”, “Não estão se encontrando.”, “Diante de um aperto, o Brasil se perdeu completamente e não conseguiu mais jogar.”.

Para todas as frases acima, uma resposta: FATO! Podem ser todos muito talentosos, cada jogador pode ser espetacular e jogar nos melhores times do mundo, podem ser grandes jogadores, entretanto, a medida em que não se investe no preparo emocional deles enquanto equipe, a medida em que não são preparados para lidar com a pressão, com ataque, com críticas, com gozações, ficam à mercê de trombarem com adversários que os nocauteiem, por não consiguirem agir e/ou reagir como deveria. Contam com não pegar times preparados para lidar com pressão, que sigam em frente apesar das adversidades, isto é, contam com a sorte. E sorte não faz vencedores, não só vencedores de campeonatos, mas vencedores na vida.

Já passa da hora de começarmos a olhar para nosso emocional com carinho, com respeito, com dedicação, sabendo que é ele que, em grande parte das vezes, nos mantém em pé e firmes em nossa vida.
Já dizia o grande Abraham Maslow: “Há sempre a escolha entre voltar atrás para a segurança ou seguir em frente para o crescimento. O crescimento deve ser escolhido uma, duas, três e infinitas vezes; o medo deve ser superado uma, duas, três e infinitas vezes.”

Esta é nossa vida! Uma constante busca do crescimento, um constante enfrentamento de situações difíceis, que, muitas vezes, nos dão vontade de nos esconder e ficar ali quietinhos e protegidos, mas protegidos de que, se estamos escondidos? Escondidos não crescemos, não evoluímos, não saímos do lugar.

Neale Donald Walsch afirma que “A vida começa no final de sua zona de conforto.”, sim, a vida começa quando saímos de nossa zona de conforto, quando abandonamos frases como: “Sou assim.”, “Minha família toda sempre agiu assim.”, “Não sei ser diferente.”, “Nossa, eu não tenho sorte.”, “Pra mim tudo é sempre tão difícil.”, dentre outras…

Não mesmo, a vida não é fácil para ninguém, a vida é complexa, a vida nos exige mudanças e jogo de cintura. A vida nos apresenta um ‘hall’ de mudanças, muitas dificuldades, muitos golpes duros e estes necessitam que estejamos preparados emocionalmente para vivenciá-los, para lidarmos com eles, para vencê-los e sobretudo aprendermos com eles.

Lidar com situações boas da vida requer preparo emocional, para não nos deslumbrarmos com o sucesso, com o dinheiro, com as oportunidades, com as vitórias. Lidar com as adversidades da vida requer preparo emocional para que não nos quebremos, para que não nos destruamos, para que não joguemos a toalha e aceitemos a derrota.

Que a derrota do Brasil contra a Bélgica, que nos desestruturou por completo, aos 08 minutos do primeiro tempo, nos leve a pensar e a refletir sobre a importância de investimos em nosso emocional, em nosso preparo Psicológico.

Escutei a entrevista de Tite (um grande técnico, em minha opinião) e ele disse algo, mais ou menos assim: “Treinamos muito, nos dedicamos demais, estivemos envolvidos o tempo todo com treinamento e com preparo físico e tático.”. Boa Tite! Vamos investir também no preparo emocional! Vamos ajudar nossas estrelas (nossos excelentes jogadores) a entenderem que trombadas fazem parte do jogo e não são motivo para uma cena, vamos ajudar nossos jogadores a compreenderem que em um time, estrelas que brilham sozinhas, podem ser estrelas de times que perdem. Vamos possibilitar que eles se olhem de frente, se vejam de verdade, encarem seus medos, seus orgulhos, suas dificuldades e busquem o auto-conhecimento e o conhecimento enquanto equipe, para que possam estar integrados, de verdade, enquanto equipe.

Encerro com uma reflexão importante para nossa vida: “Vale sempre a pena repetir: vencedores constroem pontes. Perdedores, paredes” Francis Underwood (House of Cards)

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