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Secretários de SP, PE e ES querem volta às aulas

Foto: Governo do Estado de São Paulo / Divulgação

Os secretários de Educação de São Paulo, Pernambuco e Espírito Santo defenderam nesta segunda-feira (24), que o retorno das aulas presenciais ocorra ainda neste ano, para se evitar, segundo eles, os prejuízos sociais, emocionais e de aprendizado para crianças e adolescentes durante a pandemia da covid-19. Os três criticaram a população que se opõe à abertura das escolas, mas que aprova a reabertura de bares e shoppings, e também a falta de uma política nacional para se planejar a retomada.

A volta às aulas na rede pública foi tema do Summit Educação Brasil 2020, que discutirá a educação no pós-pandemia ao longo desta semana. Em São Paulo, o secretário estadual Rossieli Soares afirmou que está mantido o calendário de volta às aulas com atividades não obrigatórias em 8 de setembro e de aulas presenciais em outubro. Isso será possível para as regiões que estiverem há pelo menos 28 dias na fase 3 (amarela) do plano de flexibilização da quarentena. Soares disse discordar de cidades – como as do ABC – que já anunciaram que não voltarão mais às aulas este ano. Na capital, segundo ele, as atividades opcionais não voltam em setembro, mas o retorno em outubro continua previsto.

“Para a capital, não é o momento (para a retomada), mas a gente espera que a cidade chegue ao verde (nível 4 do plano de reabertura) em setembro, que seria a melhor classificação possível antes da azul (quinta fase), que é já com a vacina. O calendário para outubro ainda não está desmarcado. Sou absolutamente contra prefeitos que estão dizendo que não voltam este ano. Se a gente puder voltar por um dia, que volte. A gente não pode abrir mão da escola”, disse Rossieli.

Os secretários de Pernambuco, Fred Amancio, e Espírito Santo, Vitor de Angelo, também criticaram as pessoas que em pesquisas de opinião se dizem contrárias ao retorno das escolas, mas aprovam a reabertura de bares, e shoppings. “Isso significa que perdemos a urgência da escola”, pondera Vítor de Angelo. “A escola é fundamental e voltar com ela é urgente”, acrescentou. A seu ver, o que há é “uma inversão completa”. Amancio informou que a volta às aulas em Pernambuco “não deve ultrapassar outubro, tendo em vista os prejuízos para os estudantes”. “Nas periferias, a maior parte dos jovens não está mais em casa. Será que não estariam mais protegidos na escola?”

Rossieli Soares ressaltou, no Summit, que retomar atividades presenciais este ano não significa que as aulas vão seguir os mesmos moldes da pré-pandemia. “Não vai dar para voltar com 25 alunos, vai ter de voltar com cinco ou dez”. Amancio cobrou, também, uma coordenação nacional. “Em outros países, sabemos que o governo nacional afeta a visão (geral) do país. As mudanças constantes do MEC não ajudam. Depois de tanto tempo sem coordenação nacional, ficou difícil resgatar esse processo.”

Especialistas de Educação destacaram a necessidade de cuidar da saúde emocional de todos os envolvidos. “Precisamos pensar qual o risco que os estudantes correm”, disse Priscila Cruz, do Todos pela Educação. “A educação vinha avançando. Ela não pode ser colocada em segundo plano. Qual o primeiro público que deveria tomar vacina? Profissionais da saúde e professores? Ou vai ser por acesso a plano privado, Por dinheiro?”
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