O correspondente britânico Robert Fisk, veterano na cobertura de Oriente Médio, morreu aos 74 anos em Dublin, após o que se suspeita ter sido um derrame. De acordo com o The Irish Times, Fisk foi levado para um hospital depois de se sentir mal na última sexta-feira, 30, onde morreu pouco depois.
Fisk foi correspondente do jornal The Independent, e viveu no mundo árabe, baseado em Beirute, por mais de 40 anos. Lá, realizou coberturas históricas como da guerra da Síria e do Líbano, cinco invasões israelitas, a guerra Irã-Iraque, a invasão soviética do Afeganistão, a guerra civil na Algéria, a invasão de Saddam Hussein no Kuwait, as guerras na Bósnia e no Kosovo, a invasão e ocupação americana no Iraque e as revoluções árabes de 2011.
Em 2005, ele foi reconhecido pelo The New York Times como o “correspondente mais conhecido da Grã-Bretanha”.
Ao longo de sua carreira, ganhou diversos prêmios de jornalismo, incluindo o Orwell Prize e distinções no British Press Awards.
Após começar sua trajetória no Sunday Express, ele logo foi para o The Times de Londres, para o qual cobriu os conflitos na Irlanda do Norte nos anos 1970. Em 1976, se mudou para Beirute, que se tornou sua base de trabalho nos 44 anos seguintes. Ele se juntou ao The Independent em 1989 e permaneceu no jornal até sua morte.
Falante fluente do árabe, Fisk foi um dos poucos jornalistas ocidentais a entrevistar Osama Bin Laden, o que ele fez em três ocasiões nos anos 1990.
Figura de grande influência, Robert Fisk era também conhecido por sua postura crítica em relação aos Estados Unidos – após os ataques terroristas de 11 de setembro, ele enfrentou críticas pesadas ao questionar o que havia motivado os ataques.
Entre seus livros mais conhecidos, estão A Grande Guerra pela Civilização – A Conquista do Oriente Médio (publicado no Brasil em 2007 pela Planeta) e Pobre Nação: As Guerras Do Líbano No Século 20 (pela editora Record). Nesse mesmo ano, Fisk esteve no Brasil como convidado da 5.ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).