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Reservatório de água da rua Marechal Deodoro em Piracicaba recebeu 20 mil pessoas em visitação pública

Prefeito Luciano Almeida visitou reservatório da rua Marechal Deodoro nesta sexta-feira. Foto: Divulgação / Piracicaba

Famoso em fotos nas mídias sociais nos últimos dias, o reservatório de água da rua Marechal Deodoro recebeu a visita de 20.931 pessoas durante o período em que ficou aberto para visitação pública. Com mais de 130 anos, o reservatório integra o complexo da EEAT (Estação Elevatória de Água Tratada), situado no bairro dos Alemães, administrado pela Prefeitura de Piracicaba, por meio do Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto), autarquia do Executivo. A visitação gratuita ficou disponível entre 1º e 15/09, incluindo o feriado de 7/09, Independência do Brasil. Nesta sexta-feira, o prefeito Luciano Almeida visitou o local acompanhado de secretários municipais. Agora, o reservatório terá visita técnica para implantação do projeto de reforma e impermeabilização, com o intuito de eliminar trincas, para armazenamento de água.

O complexo da Estação Elevatória do bairro dos Alemães possui três reservatórios. O principal deles que ficou aberto ao público teve as obras de construção iniciadas em 1886 e é semelhante a um corredor com arcos, construído com tijolos. Ele possui 54m de comprimento, 15m de largura e cerca de 5m de altura, e para as visitas foram colocadas iluminação artificial e música, deixando o ambiente mais intrigante. Com capacidade para 2.000 m³ de água (equivalente a 2 milhões de litros), o reservatório ficou totalmente vazio, algo que não acontece há pelo menos 30 anos. O reservatório ao lado, com capacidade para 1.100 m³ de água, também foi aberto à visitação, mas apenas para contemplação, porque estava com cerca de 30 centímetros de água.

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Conforme o presidente do Semae, Maurício Oliveira, os reservatórios de tijolos apresentam problemas devido ao desgaste comum do tempo nas estruturas. Ele explicou que a reforma consiste na impermeabilização dos locais, retirando o revestimento atual, já danificado, e substituindo por uma manta de PVC inerte, que não contamina a água e nem se desmancha. “O projeto dessa impermeabilização nos reservatórios, abrangendo piso e parede, pode impedir o vazamento de 20 a 30 litros de água por segundo. Essa iniciativa faz parte do nosso plano para combate ao desperdício de água na cidade”, falou.

Na semana anterior ao período de visitação pública, os reservatórios foram abertos exclusivamente para os servidores do Semae e familiares, totalizando 204 pessoas no dia 27/08 e 266 no dia 28/08. Esses números não contabilizam crianças.

HISTÓRIA – De acordo com o arquiteto e urbanista Marcelo Cachioni, diretor do DPH (Departamento de Patrimônio Histórico) do Ipplap (Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba), as obras de escavação para a construção dos Reservatórios da Marechal foram iniciadas em 23 de maio de 1886, pela empresa Frick & Co., que em Piracicaba adotou o nome fantasia de Empreza Hidraulica de Piracicaba. Ele escreveu sobre o assunto na dissertação de mestrado intitulada Arquitetura Eclética na Cidade de Piracicaba, para a PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas. No estudo relatou que esses reservatórios semi-enterrados consistiam em duas pequenas edificações para guarda entre as ruas Silva Jardim, Cristiano Cleopath e Marechal Deodoro, com capacidade para 3,5 milhões de litros.

Originalmente, o reservatório apresentava fachadas de característica neoclássica, com modenatura (conjunto de molduras), óculos, entablamento, platibanda (faixa vertical que emoldura a parte superior de um edifício e que tem a função de esconder o telhado) e portas em arco abatido. A fachada principal é simétrica e dividida em sete blocos, apresentando três portas e quatro óculos circulares. Não existe um elemento de destaque, sendo que os mesmos se repetem. As demais fachadas, num total de três, foram executadas com os mesmos elementos da fachada principal, e as envazaduras também eram óculos gradeados. No conjunto, havia um portão (desaparecido) executado pelo serralheiro pelotense João José de Abreu, datado de 1885.

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