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Repovoamento no Rio Piracicaba: 95 mil peixes são soltos após desastre ambiental

Foto: Mateus Medeiros/Rápido No Ar

Nesta sexta-feira (4), a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Meio Ambiente (Simap) de Piracicaba soltou 95 mil alevinos de pacu-guaçu juvenis no Rio Piracicaba, na região de Santa Maria da Serra. A ação marca o início do repovoamento do rio após o desastre ambiental que resultou na morte de 235 mil peixes em julho, após o despejo de poluentes.

O pacu-guaçu, espécie nativa da bacia do Rio Piracicaba, é conhecido por seu papel no equilíbrio ecológico da região. Chegando a pesar até 20 quilos, essa espécie migratória já esteve ameaçada de extinção. A escolha pela soltura de alevinos dessa espécie busca restaurar o ecossistema local e promover a recuperação da fauna aquática afetada pela tragédia ambiental.

Inicialmente, estava prevista a soltura de 65 mil alevinos, mas o número foi ampliado para 95 mil, fortalecendo a estratégia de recuperação do rio. Segundo biólogos envolvidos, os peixes juvenis, com tamanho entre 7 e 14 centímetros, possuem uma alta taxa de sobrevivência e, dentro de cerca de um ano, devem atingir a fase adulta, quando começarão a migração reprodutiva.

Tragédia ambiental e medidas emergenciais

O despejo de resíduos da cana-de-açúcar por uma usina da região em julho provocou a morte de milhares de peixes, especialmente no trecho de preservação ambiental conhecido como Tanquã. A usina São José, de Rio das Pedras, foi multada em R$ 18 milhões pela Cetesb devido ao crime ambiental. Após o incidente, uma operação emergencial foi realizada para remover os peixes mortos e evitar maiores impactos no ecossistema.

A ação de repovoamento é vista como um importante passo para restaurar a biodiversidade do Rio Piracicaba. A iniciativa contou com o apoio de diversas entidades, como o Instituto Beira Rio, SOS Rio Piracicaba, Ascapi, entre outras, que se uniram para dar continuidade aos esforços de preservação e restauração ambiental.

Perspectivas e impacto no ecossistema

A expectativa é que os peixes soltos contribuam significativamente para a regeneração do ecossistema fluvial ao longo dos próximos anos. A iniciativa não só recupera parte da biodiversidade perdida, mas também incentiva a conscientização ambiental sobre a importância de proteger os rios e os recursos hídricos da região.

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